SÁBADO DA 22ª SEMANA DO TEMPO COMUM
1ª Leitura: Colossenses 1,21-23
Salmo Responsorial 53(54)-R- Quem me protege e me ampara é meu Deus.
Num sábado, Jesus estava passando pelas plantações de trigo, e os discípulos arrancavam as espigas, debulhavam e comiam. 2 Alguns fariseus disseram: “Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?” 3 Jesus respondeu-lhes: “Nunca lestes o que fez Davi, quando ele teve fome, e seus companheiros também? 4 Ele entrou na casa de Deus, pegou os pães da oferenda, comeu e ainda deu aos seus companheiros esses pães, que só aos sacerdotes era permitido comer”. 5E acrescentou: “O Filho do Homem é Senhor também do sábado”.
Paulo fala da reconciliação de uma maneira muito estranha e diferente da nossa prática. Normalmente a reconciliação ocorre entre nós quando o ofensor procura se reconciliar com a pessoa ofendida. Mas no caso da reconciliação cristã, não foi o ofensor que procurou a reconciliação, foi Deus, a parte ofendida, que buscou a reconciliação e a realizou. Eis como Paulo exprime a reconciliação cristã: “vós, que outrora éreis estrangeiros e inimigos pelas manifestas más obras, eis que agora Cristo vos reconciliou pela morte que sofreu no seu corpo mortal”.
Não fomos nós que nos reconciliamos com Deus, nós fomos reconciliados com Ele por pela morte de Cristo. É algo estupendo e generoso! Essa é de fato a reação de Paulo; ele exprime seu estupor e admiração pela reconciliação que Deus realizou na morte de Cristo.
Deus, de fato, revela seu infinito amor pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores. Por uma pessoa de bem é já muito difícil alguém estar disposto a morrer. Mas Deus demonstra o seu amor maravilhoso pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando éramos pecadores.
Além de admiração pelo amor de Deus, admiramos também a ambição de Deus. Sim, Deus tem uma grande ambição em relação a nós. Cristo morreu por nós, para que nos apresentemos como santos, imaculados e irrepreensíveis diante de Deus.
Que sejamos santos, imaculados e irrepreensíveis. Essa a ambição de Deus em relação a nós! E não se trata de um sonho irrealizável, pois, no seu amor paterno, Deus nos ofereceu as graças necessárias para sermos realmente santos, imaculados e irrepreensíveis. A morte de Cristo nos reconciliou com Deus e nos dá a graça para que sejamos de fato santos, imaculados e irrepreensíveis.
Para que isso aconteça é preciso que permaneçamos fundados e firmes na fé.
O sábado foi instituído pelo próprio Deus Criador que, depois de ter concluído a obra da criação, descansou no sétimo dia. Por que não guardamos mais o sábado como dia de descanso e dia santificado ao Senhor?
A razão disso é muito simples: foi o próprio Jesus que superou o sábado e, com a sua ressurreição, consagrou o domingo como dia santificado ao Senhor. No evangelho de hoje, Jesus declara abertamente: “O Filho do Homem é Senhor do sábado”. Nesta afirmação Jesus revela a consciência que Ele tem de sua igualdade com Deus. Ele se faz igual a Deus, por isso se declara Senhor do sábado.
Há uma passagem no Evangelho de João em que Jesus afirma explicitamente que Ele é igual a Deus e, por isso, se sente autorizado a mudar o preceito do sábado. Jesus foi criticado por ter curado um paralítico no dia de sábado. A essa crítica Jesus responde: “Meu Pai trabalha sempre e também eu trabalho”. O Evangelista então faz este comentário: “por isso eles procuravam matar Jesus, porque não somente violava o sábado, mas chamava Deus de seu Pai, fazendo-se igual a Deus”.
O que importa, portanto, não é seguir à risca o ritual do sábado, mas seguir Jesus Cristo. Não se trata de simplesmente abolir o dia santificado ao Senhor, mas de encontrar e viver a plenitude do seu sentido cristão.