Salmo114(115)R- Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos vivos.
Evangelho Mateus 9,1-8
Naquele tempo, entrando num barco, Jesus passou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. 2 Apresentaram-lhe, então, um paralítico, deitado numa maca. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Coragem, filho, teus pecados estão perdoados!” 3 Então alguns escribas pensaram: “Esse homem está blasfemando”. 4 Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: “Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5 Que é mais fácil, dizer: ‘Os teus pecados são perdoados’, ou: ‘Levanta-te e anda’? 6 Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados, – disse então ao paralítico – levanta- te, pega a tua maca e vai para casa”. 7 O paralítico levantou-se e foi para casa. 8 Vendo isso, a multidão ficou cheia de temor e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos seres humanos. Palavra da Salvação
Meu irmão, minha irmã!
Gn 22,1-19
Deus pôs Abrão à prova. “A prova de fé de Abraão não é simplesmente o sacrifício de um filho, mas deste filho. Isaac é o dom particular de Deus, é a prova do seu amor onipotente; é a promessa cumprida, é a palavra feita carne e osso. O velho patriarca tem de sacrificar esse filho que ama e essa promessa cumprida que reconhece. E tem de continuar crendo e esperando. Tem de sacrificar uma experiência de Deus, para se abrir a outra nova através do mistério. Erguendo a faca sobre o seu filho, Abraão, que tinha cortado as relações com o passado saindo da sua pátria, vai agora cortar as pontes com o futuro contido em Isaac” (L. A. Schoekel).
É para enlouquecer! Como é possível que Deus negue as promessas de Deus? Que o mesmo Deus que lhe fez deixar tudo para dar-lhe o tudo de seu desejo, venha agora e lhe peça que sacrifique tudo; ou melhor, que sacrifique a única coisa que verdadeiramente conta na vida? Esta é a prova de Abraão! É a prova de um Deus que parece negar a si mesmo, que tira aquilo que havia dado: como é possível? Abraão não tem palavras!
Abraão aposta na impossível possibilidade de Deus, isto é, no fato de que o mesmo Deus que deu e que tirou é o Deus no qual é preciso confiar. Deus sempre tem uma possibilidade impossível! Abraão confia em Deus também no tempo do silêncio de Deus. Esta é a grandeza de Abraão: confiar em Deus não só quando tudo vai bem, quando Ele faz a nossa vontade, mas também quando Ele nos tira tudo, quando chega a pedir que o Isaac do nosso coração seja sacrificado.
É um amor absoluto aquele exigido pelo Eterno. “Deus é alguém que exige amor absoluto”. Nós não amamos a Deus quando amamos as consolações de Deus, mas quando amamos todas as coisas que Deus quer para nós.
É preciso, pois, compreender que não se sacrifica aquilo que não se ama. Sacrificar aquilo que não se ama é fácil: livrar-se de alguma riqueza, de algum bem terreno, de algo que não acrescenta e não tira nada ao nosso coração não é sacrifício! Oferecer a Deus o amor de nossa vida, isso é difícil!
“Abraão ama Isaac com toda a alma e quando Deus o pede, o amou ainda mais, se tal fosse possível, e só assim pôde fazer aquele sacrifício”. Abraão pode sacrificar Isaac somente porque ama Isaac infinitamente. A Deus não se oferece o refugo do coração; a Deus se oferece o amor maior. Somente se amamos infinitamente podemos oferecer a Deus o amor maior. Entra-se na vida de fé quando se oferece a Deus o amado do próprio coração.
Cada um de nós tem um Isaac em seu coração. Fé é compreender qual é esse Isaac e pô-lo sobre o altar do sacrifício a Deus. Oferecer o Isaac do próprio coração a Deus é certo, porque só Deus é digno dessa oferta e só Deus pode ser amado assim: isto é a fé. Fé significa morrer para nascer.
Salmo 18(19)R- Os julgamentos do Senhor são retos e justos igualmente.
Evangelho Mateus 9,1-8
Naquele tempo, entrando num barco, Jesus passou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. 2 Apresentaram-lhe, então, um paralítico, deitado numa maca. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Coragem, filho, teus pecados estão perdoados!” 3 Então alguns escribas pensaram: “Esse homem está blasfemando”. 4 Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: “Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5 Que é mais fácil, dizer: ‘Os teus pecados são perdoados’, ou: ‘Levanta-te e anda’? 6 Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados, – disse então ao paralítico – levanta- te, pega a tua maca e vai para casa”. 7 O paralítico levantou-se e foi para casa. 8 Vendo isso, a multidão ficou cheia de temor e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos seres humanos. Palavra da Salvação
Meu irmão, minha irmã!
Am 7,10-17
O profeta Amós predizia as catástrofes que se abateriam sobre o país como castigo pela injustiça social que degradava a vida social. Quando um profeta anuncia catástrofes iminentes são possíveis duas atitudes: a primeira é a reação descrita na leitura que acabamos de ouvir. É a atitude de querer calar a voz do profeta para não se sentir incomodado nem chamado à conversão. A segunda atitude é aquele que foi descrita no livro de Jonas: a conversão sincera e a mudança de vida.
É possível calar a voz do profeta de diversas maneiras. Uma vez que Amós predizia a ruína de Israel, a morte do rei Jeroboão e o exílio do povo, foi “convidado” a ir embora de Betel. Com efeito, o Sacerdote Amasias disse a Amós: “Vidente, sai e procura refúgio em Judá, onde possas ganhar teu pão e exercer a profecia; mas em Betel não deverás insistir em profetizar, porque aí fica o santuário e a corte do reino”.
No tempo de Amós a religião e o Estado, a fé e a política estavam estreitamente unidas, por isso a pregação de Amós, ameaçando terríveis castigos de Deus, era considerada perigosa do ponto de vista político. Por isso, era preciso mandar o profeta para o exílio. Foi o mesmo que aconteceu com Jeremias: porque ele profetizou a destruição de Jerusalém e de seu templo, foi considerado um antipatriota, um homem politicamente suspeito, foi encarcerado e ameaçado de morte.
Assim se faz calar o profeta: uma solução fácil e ilusória. Por que querer tapar o sol com a peneira? Para que tapar os ouvidos para não ouvir. Ainda que o profeta seja impedido de pregar, a ameaça que pende sobre as pessoas não desaparece nem se torna menos grave. Pelo contrário, calar o profeta, faz o perigo aumentar, uma vez que essa atitude é um obstinar-se no pecado.
Outra atitude tomou o povo de Nínive: levou a séria a profecia e se converteu na esperança de que a catástrofe predita fosse evitada. Jonas percorreu a cidade por três dias anunciando: quarenta dias e Nínive será destruída”. Os ninivitas poderiam ter feito calar o profeta com facilidade, mas, em vez disso, eles acreditaram em Deus, publicaram um jejum público e se converteram do maior ao menor. Os ninivitas buscaram um remédio para o perigo que foi anunciado pelo profeta, e por isso, Deus deixou de cumprir a ameaça que tinha feito.
Nós também podemos escolher entre essas duas atitudes, quando nos chega alguma advertência por parte de Deus. As advertências de Deus podem chegar a nós de vários modos: através da palavra de um homem de Deus, de uma leitura da Escritura ou de um livro, de fatos que nos colocam diante das consequências de um comportamento que não é de acordo com a vontade de Deus. Não ignoremos as advertências que o Senhor nos faz; não tapemos os ouvidos; não calemos a voz dos profetas de nosso tempo.