ANOS ÍMPARES
AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
Primeira Leitura: Tobias 2,9-14
Salmo Responsorial –111(112)R- Feliz aquele que respeita o Senhor!
Evangelho: Marcos 12,13-17
13 Então, mandaram alguns fariseus e partidários de Herodes, para apanhar Jesus em alguma palavra. 14 Logo que chegaram, disseram-lhe: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te deixas influenciar por ninguém. Tu não olhas a aparência das pessoas, mas ensinas segundo a verdade o caminho de Deus. Dize-nos: é permitido ou não pagar imposto a César? Devemos dá-lo ou não?” 15 Ele percebeu-lhes o fingimento e respondeu: “Por que me armais uma armadilha? Trazei-me a moeda do imposto para eu ver”. 16 Trouxeram-lhe uma moeda. Ele perguntou: “De quem é esta figura e a inscrição?”. Responderam: “De César”. 17Então, Jesus disse: “Devolvei, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus”. E estavam extremamente admirados a respeito dele.
Irmãos e irmãs!
Tb 2,9-14
Os dois primeiros capítulos do livro descrevem Tobit como um fiel exemplar. Enquanto estava em sua terra, Tobit não frequentava templos cismáticos, mas era fiel ao único de Jerusalém. Ele entregava o primeiro dízimo das suas colheitas e do seu gado aos sacerdotes e levitas; o seu segundo dízimo ao banquete no templo; e o terceiro aos órfão, viúvas e pobres. Quando foi deportado para Nínive, ele se abstinha dos alimentos impuros, dava esmolas, repartia seu pão e o seu vestuário com os necessitados e dava sepultura aos mortos.
Mesmo tendo uma vida exemplar, Tobit nem sempre foi recompensado, mas, ao contrário, foi submetido a provações: teve seus bens confiscados, foi perseguido pelo rei Senaqueribe. Essas provações atingem o seu ponto alto na leitura de hoje: Tobit fica cego e é exposto às críticas de sua esposa: “Onde estão as tuas esmolas? Onde, as tuas boas obras? Vê, tudo isso é reconhecido só por ti”.
As palavras de Ana, esposa de Tobit, exprimem bem a provação de Tobit. Se Tobit é tão fiel à Lei e tão caridoso para com os irmãos, por que motivo lhe sucedem tantas desgraças? Parece que ninguém reconhece as boas obras de Tobit: os vizinhos o criticam, a esposa manifesta seu ceticismo. Nem mesmo Deus parece reconhecer as boas obras de Tobit, pois ele agora está cego e, mais uma vez, reduzido à miséria.
A resposta a essa crise será dada mais adiante no próprio livro de Tobias.
ANOS PARES
AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
Primeira Leitura: 2 Pedro 3,12-15ª.17-18
Salmo Responsorial – 89(90)-R- Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
Evangelho: Marcos 12,13-17
13 Então, mandaram alguns fariseus e partidários de Herodes, para apanhar Jesus em alguma palavra. 14 Logo que chegaram, disseram-lhe: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te deixas influenciar por ninguém. Tu não olhas a aparência das pessoas, mas ensinas segundo a verdade o caminho de Deus. Dize-nos: é permitido ou não pagar imposto a César? Devemos dá-lo ou não?” 15 Ele percebeu-lhes o fingimento e respondeu: “Por que me armais uma armadilha? Trazei-me a moeda do imposto para eu ver”. 16 Trouxeram-lhe uma moeda. Ele perguntou: “De quem é esta figura e a inscrição?”. Responderam: “De César”. 17Então, Jesus disse: “Devolvei, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus”. E estavam extremamente admirados a respeito dele.
Irmãos e irmãs!
É licito ou não paga o imposto a César? Devemos pagar ou não? A pergunta dos fariseus e herodianos não é sincera. Eles não se preocupam minimamente em buscar a vontade de Deus. Não se preocupam em descobrir a moralidade ou não do imposto a César, se é lícito ou não pagar impostos! O que interessa aos fariseus e aos herodianos é somente ter um pretexto para incriminar ou então para desmoralizar Jesus. A pergunta portanto não é uma pergunta. É uma armadilha. E Jesus viu a hipocrisia deles, mas não fugiu da pergunta.
A resposta de Jesus se dá por etapas. Primeira etapa, ele faz um pedido: trazei-me uma moeda para que eu veja. E lhe levaram uma moeda. Jesus não tem nada. Não tem sequer uma moeda para mostrar. Por isso ele deve pedir aos adversários uma moeda. Eles têm a moeda.
Isso é uma oportunidade para Jesus perguntar: “De quem é a figura e a inscrição que está nessa moeda”? E eles tiveram que responder: “É de César”. Com isso Jesus demonstra a hipocrisia deles. Eles só se perguntam se é lícito ou não na hora de pagar o imposto. Só estão preocupados com a moralidade do dinheiro na hora em que têm que pagar o imposto a César, mas na hora em que eles se aproveitam do dinheiro para comprar e vender, para obter lucros e vantagens, eles não se preocupam minimamente com a moralidade desses atos.
Por que se preocupar com a moralidade do imposto sem se questionar sobre a moralidade da compra ou da venda, dos lucros, do comércio ou dos negócios que eles fazem com o dinheiro, e dinheiro de César. Será que não fazemos o mesmo?
Nós só nos preocupamos só com a legalidade das coisas na hora em que temos que pagar, mas na hora em que nos beneficiamos do sistema econômico em que levamos vantagens em nossos negócios, em que fazemos nossas transações econômicas, temos o mesmo cuidado moral? Temos a mesma preocupação ética com os nossos atos?
Mas a resposta de Jesus vai ainda mais fundo: ele perguntou: “De quem é a figura e a inscrição que estão nesta moeda”? E eles responderam envergonhados e embaraçados: “É de César”. Os adversários de Jesus tinham os bolsos cheios de moedas cunhadas pelo Império Romano. Nessas moedas estava uma inscrição em latim: “dives Augusti filius”. Tradução: “filho do divino Augusto”.
Os adversários de Jesus não tinham escrúpulo religioso algum em usar essas moedas, em que César era endeusado. Eles só se preocupam com a idolatria na hora de pagar o imposto.
A resposta de Jesus pode ser expressa nestes termos: “Se vocês usam o sistema financeiro do Império Romano sem drama de consciência na hora de lucrar, é justo que paguem o imposto, para que esse sistema de que vocês tanto se beneficiam seja mantido”.
Por fim, Jesus ainda acrescenta: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Essa afirmação lapidar sintetiza várias outras afirmações. A primeira é a seguinte: César não é Deus! Por isso, a César somente o que compete a César. César não pode exigir das pessoas o que é de Deus. Ele só pode pedir o que é de César. A César o cristão deve reconhecimento, respeito e também o imposto. Mas a adoração, a vida, o coração, nós só damos a Deus! César não pode reivindicar o que é de Deus.
O cristão deve ser um bom cidadão, respeitando as leis, reconhecendo a autoridade dos governantes e deve também rezar por eles. Mas o amor absoluto, a adoração, nós só damos a Deus, e só ele é digno de nossa vida, do nosso sacrifício, da nossa dedicação total.