Salmo Responsorial 50 (51)R-Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
Evangelho Mateus 14,22-36
Logo em seguida, Jesus mandou que os discípulos entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23 Depois de despedi-las, subiu à montanha, a sós, para orar. Anoiteceu, e Jesus continuava lá, sozinho. 24 O barco, entretanto, já longe da terra, era atormentado pelas ondas, pois o vento era contrário. 25 Nas últimas horas da noite, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 26 Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. 27 Mas Jesus logo lhes falou: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” 28 Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água.” 29 Ele respondeu: “Vem!” Pedro desceu do barco e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30 Mas, sentindo o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” 31 Jesus logo estendeu a mão, segurou-o e lhe disse: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” 32 Assim que subiram no barco, o vento cessou. 33 Os que estavam no barco ajoelharam-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!” 34 Após a travessia, aportaram em Genesaré. 35 Os habitantes daquele lugar reconheceram Jesus e espalharam a notícia por toda a região. Então levaram a ele todos os doentes; 36 suplicavam que pudessem ao menos tocar a franja de seu manto. E todos os que tocaram ficaram curados.
Meu irmão, minha irmã!
Nm 12,1-13
A contestação não é uma invenção da atualidade, mesmo que ela tenha se difundido de maneira muito amplo nos tempos de hoje. A leitura nos apresenta uma contestação da autoridade de Moisés realizada por pessoas bastante próximas dele. As pessoas que contestam a autoridade são o irmão e a irmã de Moisés: Maria e Aarão. Eles contestam o privilégio de Moisés em falar em nome de Deus e de comunicar os seus mandamentos ao povo. “Acaso Deus falou só através de Moisés? Não falou, também, por meio de nós?”.
A reação divina é muito severa. Depois de haver proclamado que Moisés tem autoridade como nenhum outro, Deus reprova Aarão e Maria. Deus disse: “o meu servo Moisés é o mais fiel em toda a minha casa! Porque a ele eu falo face a face e às claras, e não por figuras. Como, pois, vos atreveis a rebaixar o meu servo Moisés?”
A contestação da autoridade de Moisés é uma coisa grave, pois tem a finalidade de rebaixá-lo, porque não respeita a ordem estabelecida por Deus e porque desestabiliza o povo.
Nem toda a crítica é uma contestação negativa. Muitas vezes a crítica é útil e construtiva, sem contestação da autoridade. Foi o que fez Jetro, o sogro de Moisés, que lhe fez crítica severa ao modo como ele administrava a justiça ao povo: Jetro criticou o fato de Moisés se ocupar sozinho dessa tarefa e não pedir a ajuda de outras pessoas nesse ofício. Moisés aceitou as críticas de Jetro e acolheu as suas sugestões.
A contestação dos irmãos de Moisés, por outro lado, não era uma crítica construtiva, mas uma tentativa de desautorizá-lo.
A Escritura diz que “Moisés era um homem muito humilde, mais do que qualquer outro sobre a terra”. Não havia razões para contestar a sua autoridade. Ele não era opressivo nem autoritário. Não se aproveitava da autoridade para proveito pessoal.
Quando uma autoridade não exerce o seu ofício para o bem comum, quando se torna arbitrária e opressora, então a contestação não só é possível, mas também necessária. Mas é preciso tomar cuidado para não julgar a autoridade com conclusões apressadas ou parciais, nem ser motivado somente por sentimentos de inveja e de concorrência.
O comportamento cristão deve ser de sincera obediência à autoridade que foi constituída por Deus. A aceitação da autoridade na Igreja contribui para o bem comum e para a unidade da Igreja.
Salmo Responsorial 101 (102)R-O Senhor olhou a terra do alto céu
Evangelho Mateus 14,22-36
Logo em seguida, Jesus mandou que os discípulos entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23 Depois de despedi-las, subiu à montanha, a sós, para orar. Anoiteceu, e Jesus continuava lá, sozinho. 24 O barco, entretanto, já longe da terra, era atormentado pelas ondas, pois o vento era contrário. 25 Nas últimas horas da noite, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 26 Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. 27 Mas Jesus logo lhes falou: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” 28 Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água.” 29 Ele respondeu: “Vem!” Pedro desceu do barco e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30 Mas, sentindo o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” 31 Jesus logo estendeu a mão, segurou-o e lhe disse: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” 32 Assim que subiram no barco, o vento cessou. 33 Os que estavam no barco ajoelharam-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!” 34 Após a travessia, aportaram em Genesaré. 35 Os habitantes daquele lugar reconheceram Jesus e espalharam a notícia por toda a região. Então levaram a ele todos os doentes; 36 suplicavam que pudessem ao menos tocar a franja de seu manto. E todos os que tocaram ficaram curados.
Meu irmão, minha irmã!
Jr 30,1-2.12-15.18-22
Desde o início a vocação de Jeremias se apresentava como uma dupla finalidade: “Hoje eu te constituo sobre nações e reinos, para arrancar e para derrubar, para devastar e para destruir, para edificar e para plantar”. A primeira finalidade era negativa: “arrancar e derrubar, devastar e destruir”. Durante os primeiros anos do seu serviço profético Jeremias devia perseguir sobretudo a primeira finalidade e proclamar mensagens de destruição e de castigo. Depois da queda de Jerusalém, a segunda finalidade se torna dominante: “edificar e plantar”. O livro de Jeremias passa a se chamar “Livro da Consolação”.
De fato, a situação do povo é de grande sofrimento: “Isto diz o Senhor: Incurável é tua ferida, maligna tua chaga; não há quem conheça teu diagnóstico; uma úlcera tem remédio, mas para ti não se produz cicatrização”. Deus explica o motivo do sofrimento: “Eu te tratei com rudeza por causa das tuas inúmeras maldades e por causa do teu endurecimento no pecado”. Os sofrimentos do povo, portanto, não são definitivos, mas visam a sua purificação.
É exatamente nessa situação que Deus reanima a esperança, restabelece a confiança. Jerusalém estava no pecado e devia ser libertada do mal e não havia outro meio se não o castigo. Uma vez ocorrida a devastação da cidade, a profecia se torna positiva: “Eis que mudarei a sorte das tendas de Jacó e terei compaixão de suas moradias, a cidade ressurgirá das ruínas e fortaleza terá lugar para suas fundações; de lá sairão cânticos de louvor e sons festivos”.
A atualidade da leitura de hoje reafirma a nossa confiança em Deus. Deus é amor e Ele persegue uma finalidade de amor. Tudo o que nos acontece tem também essa finalidade. Se os acontecimentos são negativos, devemos buscar com mais empenho a nossa conversão. Quando estamos na aflição, Deus nos reergue e nos inspira uma grande esperança.