Primeira Leitura: Isaías 41,13-20
Salmo Responsorial: 144(145)-R- Misericórdia e piedade é o Senhor! Ele é amor, é paciência, é compaixão.
Evangelho: Mateus 11,11-15
Em verdade, eu vos digo, entre todos os nascidos de mulher não surgiu quem fosse maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. 12 A partir dos dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e violentos procuram arrebatá-lo. 13 Pois até João foi o tempo das profecias – de todos os Profetas e da Lei. 14 E, se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir. 15 Quem tem ouvidos, ouça.
Meus irmãos, minhas irmãs!
Mt 11,11-15
O evangelho de hoje tem uma frase muito difícil de interpretar: “o Reino dos Céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam”.
Quem são esses violentos? Quem pode fazer violência a Deus?
Há várias interpretações desse versículo. Proponho duas interpretações que parecem contraditórias, mas que na realidade convergem.
Primeiramente, os que fazem violência ao Reino dos céus podem ser os que se opõem a Deus e ao Evangelho. São os lutam contra o Reino, tentando impedi-lo com a força das armas e da violência contra os cristãos. Assim os violentos são os inimigos de Deus e do Evangelho. Os inimigos de Deus continuam agindo no mundo: são os que se apoderam desonestamente das riquezas sem se importar com a miséria dos pobres. São os inimigos da Igreja que multiplicam as mentiras e a difamação.
Diante dos inimigos de Deus, os cristãos devem também ser violentos. Eles devem também fazer violência ao Reino dos céus, porém, de uma maneira totalmente diferente dos inimigos de Deus. Os cristãos nunca são violentos contra os outros; são violentos contra si mesmos, no sentido, de que fazem grande esforço espiritual para entrar no Reino, para colocar em prática o Evangelho. De fato, para seguir Jesus, os cristãos fazem violência contra si mesmos, no sentido de que travam lutas interiores, fazem renúncias e grandes sacrifícios. Assim os cristãos lutam contra os violentos com uma santa violência.
Tempo do advento é tempo de conversão, ou seja, tempo de uma certa violência contra nós mesmos: tempo de corrigir nossas más tendências, de arrançar de nossa vida os vícios, de fazer renúncias para amar mais os outros.
DOM JULIO ENDI AKAMINE