Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 33os fariseus e os mestres da lei disseram a Jesus: “Os discípulos de João, e também os discípulos dos fariseus, jejuam com frequência e fazem orações. Mas os teus discípulos comem e bebem”. 34Jesus, porém, lhes disse: “Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? 35Mas dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles jejuarão”. 36Jesus contou-lhes ainda uma parábola: “Ninguém tira retalho de roupa nova para fazer remendo em roupa velha; senão vai rasgar a roupa nova, e o retalho novo não combinará com a roupa velha. 37Ninguém coloca vinho novo em odres velhos; porque, senão, o vinho novo arrebenta os odres velhos e se derrama, e os odres se perdem. 38Vinho novo deve ser colocado em odres novos. 39E ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo, porque diz: o velho é melhor”. – Palavra da salvação.
Lc 5,33-39
Durante o ministério público, Jesus e os seus discípulos não jejuam. Por que? Essa pergunta é feita pelos doutores da Lei e pelos fariseus. O jejum era uma prática religiosa importante, e os mestres da lei e os fariseus observam que também os discípulos de João jejuam.
A resposta de Jesus é um convite a uma mudança de perspectiva: em vez de se preocuparem com a observância rigorosa das práticas e das tradições religiosas, exorta os chefes religiosos a prestarem atenção na relação pessoal com Deus. Em outras palavras: convida-os a passarem da preocupação com as normas para a relação pessoal com o noivo. A presença do esposo torna o jejum uma prática anacrônica. Jesus é o noivo, e as núpcias são o tempo da alegria compartilhada. Por isso, não é tempo de jejuar. O jejum só voltará a ser praticado quando o noivo for tirado do meio dos discípulos. Dessa forma, Jesus põe a prática religiosa do jejum em estreita relação com a sua presença ou sua ausência. O jejum não é mais uma norma impessoal a ser seguida, mas é uma prática que estreita a relação pessoal com Jesus.
Estamos no tempo da “ausência do noivo”: tempo da presença sacramental de Jesus na Palavra, nos sacramentos, na comunidade reunida em seu nome, nos pastores que Ele colocou à frente de seu rebanho, nos pobres e na caridade fraterna. É uma “ausência” que é uma presença e que durará até a segunda vinda de Cristo. Até lá a Igreja fará jejum para estar unida ao esperado e amado noivo que virá.
No Novo Testamento, todas as instituições se tornam secundárias, também aquelas mais sagradas: é o caso do jejum, do sábado, do dízimo... A precedência é sempre da relação com as pessoas sobretudo com a de Cristo. É a relação com Cristo que é o fundamento de todas as instituições. Na Igreja tudo depende absolutamente da relação com Cristo. É por isso que jejuamos: esperamos o amado que vem ao nosso encontro.
Alegremo-nos porque somos continuamente chamados a aprofundar nossa relação pessoal com Cristo em vista da plenitude da vida e do amor.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 33os fariseus e os mestres da lei disseram a Jesus: “Os discípulos de João, e também os discípulos dos fariseus, jejuam com frequência e fazem orações. Mas os teus discípulos comem e bebem”. 34Jesus, porém, lhes disse: “Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? 35Mas dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles jejuarão”. 36Jesus contou-lhes ainda uma parábola: “Ninguém tira retalho de roupa nova para fazer remendo em roupa velha; senão vai rasgar a roupa nova, e o retalho novo não combinará com a roupa velha. 37Ninguém coloca vinho novo em odres velhos; porque, senão, o vinho novo arrebenta os odres velhos e se derrama, e os odres se perdem. 38Vinho novo deve ser colocado em odres novos. 39E ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo, porque diz: o velho é melhor”. – Palavra da salvação.
1Cor 4,1-5
Paulo é muito claro e quer deixar claro qual é a sua identidade aos fiéis da Igreja de Corinto: “cada um nos considere como servos de Cristo e administradores dos mistérios de Deus”. Um apóstolo não é um substituto de Cristo, mas um servo seu. Ser substituto quer dizer que Cristo está ausente e longe. Ser servo implica que o Senhor está presente e operante. Essa afirmação de Paulo é muito atual: qualquer autoridade na Igreja nunca é um substituto de Cristo, é sempre um seu servidor. Cristo não está lá no céu, longe de nós, mas está presente e ativo na Igreja e os dirigentes da Igreja são meros servidores dele. Com efeito, nas cartas de Paulo é quase cansativa a repetição insistente de que Cristo ressuscitado não está ausente, mas presente e ativo na Igreja.
Em segundo lugar um apóstolo ou um evangelizador não é um inventor ou descobridor de uma nova teoria, mas é simplesmente “um administrador dos mistérios de Deus”. Por isso, o administrador deve estar sempre à escuta de Deus. Deverá ser um fiel sempre a espera da Palavra de Deus. O administrador não administra teorias próprias, mas o que recebe de Deus, sua Palavra, sua graça, seus benefícios. É exatamente isso o que Paulo deseja ensinar aos que tem cargos de direção na Igreja: “o que se exige dos administradores, é que cada um se mostre fiel”.
Paulo era criticado negativamente por alguns da comunidade de Corinto. Paulo está consciente disso, mas não se importa com o julgamento de qualquer tribunal humano. Mesmo que o tribunal da sua consciência não o acuse, Paulo se submete ao supremo tribunal divino. Ele, que luta ferrenhamente contra o culto à personalidade, está plenamente consciente de que, mesmo que sua consciência subjetiva não o acuse de mal algum, não pode dizer que não exista algum mal objetivo nele.
“Quem me julga é o Senhor”. Só Deus é propriamente o juiz do modo como Paulo administra os mistérios de Deus.