ANOS ÍMPARES
Hb 5,1-10
Talvez não haja em todo o NT uma passagem que fale de uma forma tão emocionante sobre a plena humanidade de Cristo e da sua fraqueza. “Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu”.
Jesus aprendeu a obediência na escola do sofrimento. Jesus alcançou a perfeição, não através de purificações rituais, mas através da dor e do sofrimento, entre preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas. Apesar de ser Filho, reflexo da glória de Deus e expressão visível de Deus, Jesus percorreu o caminho do sofrimento como todos nós exceto no pecado. Ele se fez em tudo semelhante aos que Ele veio salvar.
A experiência pessoal dos sofrimentos ensinou a Jesus o que, para nós, a obediência a Deus nos custa. Jesus aprendeu por experiência humana pessoal o quanto custa obedecer a Deus, quanta dor e sacrifícios a fidelidade a Deus acarretam. É por isso que Jesus pode se compadecer realmente de nós. Aprender a obedecer foi necessário para Jesus se tornar perfeito no seu sacerdócio em nosso benefício.
ANOS PARES
AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
Leitura: 1 Samuel 15,16-23
Salmo 49(50) R- A todo homem que procede retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
Evangelho de Marcos 2, 18-22
Naquele tempo: 18Os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Então, vieram dizer a Jesus: 'Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?' 19Jesus respondeu: 'Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum, enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está com eles, os convidados não podem jejuar. 20Mas vai chegar o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; aí, então, eles vão jejuar. 21Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha; porque o remendo novo repuxa o pano velho e o rasgão fica maior ainda. 22Ninguém pðe vinho novo em odres velhos; porque o vinho novo arrebenta os odres velhos e o vinho e os odres se perdem. Por isso, vinho novo em odres novos'. Palavra da Salvação.
Meu irmão, minha irmã!
Marcos 2, 18-22
Ninguém põe vinho novo em barris velhos, porque o vinho novo arrebenta os barris velhos e tanto o vinho como os barris se perdem. Por isso o vinho novo deve ser colocado em barris novos.
Essas palavras de Jesus podem nos angustiar: temos barris novos para receber o vinho novo de Jesus? De fato, Jesus derrama continuamente o seu vinho novo em nossa vida. Em cada missa, Jesus nos dá o vinho novo da palavra, da Eucaristia. É o vinho novo de sua Aliança, vinho forte, generoso, que arrebenta os barris velhos do nosso coração, desse nosso coração generoso pela metade, que ama pela metade, que é egocêntrico e voltado para si mesmo.
Onde vamos encontrar os barris novos para recebermos o vinho novo? Mais uma vez o Senhor vem em nosso socorro: para receber o seu vinho novo é preciso um coração novo, ou melhor, é preciso ter o coração de Jesus. Estar unido ao Coração de Jesus é ter os mesmos sentimentos de Jesus, essa é a única maneira de receber o vinho novo em barris novos.
Peçamos ao Senhor que nos faça o grande dom de ter o seu Coração. Sagrado Coração de Jesus, fazei o meu coração semelhante ao vosso!
1 Samuel 15,16-23
O profeta Samuel repreende o rei Saul porque este desobedeceu a Deus “poupando o melhor das ovelhas e dos bois para imolar ao Senhor”. Saul reteve uma parte de despojos com a justificativa de que iria oferecê-los em sacrifício cultual a Deus. Essa atitude de Saul mostra como ele estava mais preocupado em oferecer a Deus holocaustos e sacrifícios do que obedecer a Deus. Por isso Samuel responde a Saul: “o que apraz o Senhor? Holocaustos e sacrifícios ou obediência à voz do Senhor? A obediência vale mais do que o sacrifício ritual, a docilidade mais que a gordura de carneiros”. Em outras palavras: o culto prestado por Saul é na verdade apostasia; é uma religiosidade rejeitada por Deus.
A condenação de Saul é uma advertência para nós: podemos proceder da mesma maneira como fez Saul. Quando a religiosidade vazia é usada para esconder nosso pecado e desobediência a Deus, quando fazemos das práticas devocionais motivo de autocomplacência para esconder nosso egoísmo, quando praticamos a religião somente para nos sentir que estamos quites com Deus, estamos agindo da mesma forma que Saul.
DOM JULIO ENDI AKAMINE