3ª FEIRA DA 28ª SEMANA COMUM. -
Salmo Responsorial 118(119)R- Senhor, que desça sobre mim a vossa graça!
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 37enquanto Jesus falava, um fariseu convidou-o para jantar com ele. Jesus entrou e pôs-se à mesa. 38O fariseu ficou admirado ao ver que Jesus não tivesse lavado as mãos antes da refeição. 39O Senhor disse ao fariseu: “Vós, fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. 40Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? 41Antes, dai esmola do que vós possuís e tudo ficará puro para vós”. – Palavra da salvação.
São Paulo continua repetindo que os cristãos não estão obrigados a obedecer à lei de Moisés porque Cristo nos libertou. Ele afirma: “em Jesus Cristo, o que vale é a fé agindo pela caridade; observar ou não a circuncisão não tem valor”.
A única coisa que conta é nos confiar a Cristo com fé. Não está em nós a fonte da caridade e nos iludimos se pensamos que podemos agir na caridade somente com nossas capacidades. Somente em Jesus podemos fazer isso, pois nele está a fonte da vida, do bem e da caridade. É Jesus que nos resgata do egoísmo para nos dar aos outros e nos torna profundamente puros no amor.
Peçamos a nós aos que amamos o grande dom da fé que faz de Cristo o nosso único fundamento e nos transforma por meio da caridade.
Os fariseus vivem uma religião feita somente de exterioridade. São muito zelosos, mas eles se preocupam somente com uma religião feita de práticas exteriores. Jesus critica os fariseus, porque por baixo da bonita aparência da religião, eles estão cheios de roubos e maldades. O que Jesus recomenda para superar essa hipocrisia?
Ele recomenda dar esmolas... Parece pouco e simples demais... parece substituir uma religião feita de exterioridade por outra prática exterior. De fato, quantas pessoas se apresentam como grandes benfeitores dos pobres e, no entanto, manipulam a caridade feita aos outros unicamente para esconder roubos e maldades.
Evidentemente o que Jesus recomenda não é uma mera troca de práticas exteriores. A esmola deve ser expressão da atitude interior de desapego dos bens materiais e de solidariedade para com os pobres. Não podemos esquecer também algo importante: “dar esmolas do que se possui”. Importa partilhar o que eu possuo. Não é o que é do outro que eu partilho: isso é violência e roubo. Tampouco posso partilhar o que é de todos: isso é desvio e corrupção dos bens públicos. Há um provérbio popular que descreve isso como fazer caridade com o chapéu alheio.
“Dar esmolas” do que se possui é, além disso, apenas o primeiro passo. Começamos com o desapego dos bens materiais e a solidariedade com os necessitados porque a cupidez é impureza mais grave e a pior doença do coração. O segundo passo é o de se tornar dom ao outro. Dar esmola deve nos conduzir a ser esmola aos outros. Nesse ponto a missão atinge a sua finalidade e plenitude.