2026
AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
2027
AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
1ª Leitura: Levítico 13, 1-2.44-46 (ou 2Reis 5,9-14)
Salmo 31(32) R- Sois, Senhor, para mim, alegria e refúgio
2ª Leitura: 1 Coríntios 10,31-11,1
Evangelho de Marcos 1,40-45
Naquele tempo um leproso aproximou-se de Jesus e, de joelhos, suplicava-lhe: “Se queres, tens o poder de purificar-me!” 41 Jesus encheu-se de compaixão, e estendendo a mão sobre ele, o tocou, dizendo: “Eu quero, fica purificado”. 42 Imediatamente a lepra desapareceu, e ele ficou purificado. 43 Jesus, com severidade, despediu-o e recomendou-lhe: 44 “Não contes nada a ninguém! Mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta, por tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés. Isso lhes servirá de testemunho”. 45 Ele, porém, assim que partiu, começou a proclamar e a divulgar muito este acontecimento, de modo que Jesus já não podia entrar, publicamente, na cidade. Ele ficava fora, em lugares desertos, mas de toda parte vinham a ele.
Meu irmão, minha irmã!
Mc 1,40-45
Um leproso chegou perto de Jesus
Não temos certeza de que se tratasse de lepra (hanseníase) no sentido clínico estrito. A lepra mencionada na Bíblia não era uma única enfermidade, mas muitas, incluindo fungos e mofos (cf. Lv 13-14). As formas modernas de hanseníase eram raras no tempo de Jesus. De qualquer forma, a doença de pele daquele homem “leproso” era grave e provocava a impureza e excluía a pessoa da comunidade.
É por isso que o “leproso”, de joelhos, pede: “se queres, tens o poder de purificar-me”. Os leprosos não eram “puros” para a adoração religiosa e não podiam participar do culto publicamente.
A reação de Jesus é de profunda “simpatia”: v.41: Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero, fica curado”!
Prestemos atenção nas palavras e gesto de Jesus. Ele diz: “Quero”: essa é uma palavra de consolo divino. O leproso sabia que Jesus podia efetuar a cura, mas não estava certo sobre a vontade dele de o curar.
Com esse “quero”, Jesus dissipou qualquer dúvida. Jesus era dono de personalidade profundamente compassiva, e usou tudo quanto tinha para aliviar o sofrimento humano. Ele não realizou milagres a fim de dar espetáculo, mas somente para demonstrar seus direitos messiânicos e para aliviar os sofrimentos das pessoas que encontrava.
Prestemos atenção também ao gesto de Jesus: ele estendeu a mão e tocou nele. Jesus toca no doente e não se contamina. Pelo contrário, o cura e o limpa de sua impureza.
A cura foi instantânea, completa e benéfica para o corpo e para a alma. Mas antes de poder retornar ao culto, era necessário que aquele homem obedecesse ao que prescrevia a legislação mosaica. A cura precisava ser testemunhada oficialmente (Lv 14,2-32). Por isso Jesus o manda mostrar-se ao sacerdote e oferecer os sacrifícios prescritos por Moisés. Essa ordem mostra que Jesus desejava que aquele homem, além de recuperar a saúde, fosse reintegrado à comunidade.
DOM JÚLIO ENDI AKAMINE
2025,2028
AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
1ª Leitura: Jeremias 17,5-8
Salmo 1 R- É feliz quem a Deus se confia!
2ª leitura:- 1 Coríntios 15,12.16-20
Evangelho de Lucas 6,17.20-26
"17.Descendo com eles, parou numa planície. Aí se achava um grande número de seus discípulos e uma grande multidão de pessoas vindas da Judeia, de Jerusalém, da região marítima, de Tiro e Sidônia, que tinham vindo para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. 20.Então, ele ergueu os olhos para os seus discípulos e disse: “Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o Reino de Deus!* 21.Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis fartos! Bem-aventurados vós que agora chorais, porque vos alegrareis! 22.Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos ultrajarem, e quando repelirem o vosso nome como infame por causa do Filho do Homem! 23.Alegrai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu. Era assim que os pais deles tratavam os profetas. 24.Mas ai de vós, ricos, porque tendes a vossa consolação! 25.Ai de vós, que estais fartos, porque vireis a ter fome! Ai de vós, que agora rides, porque gemereis e chorareis! 26.Ai de vós, quando vos louvarem os homens, porque assim faziam os pais deles aos falsos profetas!"
Meu irmão, minha irmã!
Lc 6,17.20-26
As bem-aventuranças segundo o evangelho de Lucas, nos remetem a Ex 19. Como Moisés subiu ao Sinai para receber de Deus a Lei e desceu para entregar a revelação divina para o Povo de Deus, assim também Jesus sobe para o alto do monte e de lá desce para a planície onde se encontram os discípulos. Jesus sobe para orar e, depois desce para escolher os Doze apóstolos e para proclamar as bem-aventuranças.
As bem-aventuranças devem ser bem entendidas. Não devemos entendê-las em chave moralista. Jesus não está falando do que “nós devemos fazer”. As bem-aventuranças, primeiramente, não devem ser entendidas como se fossem um programa de vida para nós pormos em prática. Por isso, quando falamos das bem-aventuranças como a Nova Lei do Reino é preciso entender que “o que devemos fazer” não vem em primeiro lugar.
Em primeiro lugar, está “o que Deus faz”. As bem-aventuranças proclamam o que Deus faz no mundo, como Ele intervém em nossa história. Revelam qual é o desígnio de Deus em relação a essa nossa humanidade ferida, sofredora... qual é a atitude de Deus ante tanta injustiça, morte, violência...
Assim as bem-aventuranças não são a proclamação da bondade dos pobres, mas o anúncio da bondade de Deus que não suporta mais o sofrimento dos pobres; não é a justificação da fome que mata tantos, mas a proclamação de que os famintos são felizes porque Deus os ama e não quer que ninguém morra de fome; não é a aceitação resignada do sofrimentos, mas o anúncio de que Deus não é indiferente às lágrimas de quem sofre por si ou pelas tribulações de outros.
Jesus não proclama as bem-aventuranças como um ensinamento teórico. Ele é o bem-aventurado misericordioso que fala não de um palácio ou de uma vida confortável, mas a partir da pobreza pessoalmente vivida: não tem dinheiro na bolsa, não tem duas túnicas e está próximo dos mais pobres, de tal modo que pode falar: “felizes vós”.
As bem-aventuranças não falam dos pobres, mas de Deus. Mais exatamente falam de Jesus. Quem o vê, vê o Pai. Jesus é o Filho obediente que se despojou de sua glória – foi odiado, desprezado e morto na cruz – e que foi glorificado na ressurreição. Ele realiza na sua pessoa o abaixamento de Deus: Deus ama a tal ponto que se solidariza com os últimos desta terra. Ele não é indiferente aos descartados; Ele vê os invisíveis; Ele deseja os indesejados. Jesus realiza na sua pessoa a bem-aventurança: identificando consigo todos os pobres e sofredores, sacia-os com o banquete messiânico.
Somente depois de entender as bem-aventuranças em chave teológica e cristológica é que podemos entende-las em chave moral. O “o que devemos fazer” decorre do “o que Jesus faz por nós”. Nesse sentido, a prática da misericórdia, mesmo que não seja mencionada explicitamente no texto de hoje, aparece como a nossa nova lei. Ser misericordiosos como Jesus é o que nos pedem as bem-aventuranças.
DOM JÚLIO ENDI AKAMINE