2ª FEIRA DA 28ª SEMANA COMUM. -
1ª Leitura: Gálatas 4,22-24.26-27.31;5,1
Salmo Responsorial 112(113) - R- Bendito seja o nome do Senhor.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 29quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do homem para esta geração. 31No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”. – Palavra da salvação
São Paulo proclama a liberdade cristã com palavras fortes: “Não somos filhos de uma escrava; somos filhos da mulher livre. Não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão”. Jesus veio para restituir a dignidade ao ser humano e tal dignidade só pode existir na liberdade. Os cristãos são livres, foram libertados por Cristo. Paulo, portanto, adverte os gálatas a que não se deixem amarrar de novo ao jugo da escravidão”.
Devemos nos educar continuamente para a liberdade. É preciso também libertar a nossa liberdade de falsas liberdades que facilmente degeneram em terrível escravidão. Ser livre é ser capaz de assumir as próprias responsabilidades para permanecer na liberdade.
São Paulo, ao escrever aos gálatas, não combatia o pecado, pois observar a lei de Moisés não é pecado nem algo imoral em si. Paulo, ao contrário, combatia em favor da liberdade cristã. Ele constatava que os gálatas estavam se deixando impor de novo o jugo do qual tinham sido libertados por Cristo.
“É para a liberdade que Cristo nos libertou”. Nossa liberdade é liberdade para seguir a inspiração do Espírito Santo. Essa é a nossa grande alegria. Com esta liberdade interior vemos com os olhos de misericórdia a escravidão material e moral de tantas pessoas. É a liberdade cristã que nos dá força para lutar em favor dos que vivem sob a escravidão do pecado.
Diante do silêncio de Deus, reagimos pedindo que ele nos mostre a sua vontade, que nos dê um sinal. É sobre esse tema do sinal de Deus, que nos fala o texto de hoje.
Jesus se recusa a dar o sinal que as multidões lhe pedem. As multidões querem certezas, querem que Deus demonstre a sua presença, sobretudo através de acontecimentos extraordinários, por exemplo, a libertação total da miséria, a prosperidade econômica, a vinda de um reino de poder, etc.
Jesus, porém, se recusa a oferecer tais sinais. Todo o evangelho está atravessado por essa recusa. Jesus nunca cedeu à tentação de fazer milagres para manipular consciências ou para impor sua vontade. Os milagres de Jesus sempre tiveram o objetivo de fazer o bem ao necessitado, sempre o envolveu pessoalmente na cura, sempre foi um assumir a dor do outro como própria.
A diferença do cristianismo de muitas outras religiões consiste exatamente nisso. Muitos continuam esperando que Deus inicie um mundo novo depois de ter destruído o antigo. Os cristãos, por sua vez, descobriram que a presença de Deus se manifesta em Jesus. Em Jesus, o mundo velho acabou e começou uma nova realidade.
Por isso a recusa de dar um sinal implica que o sinal dado por Deus é Jesus.
O sinal de Jonas é o sinal de Jesus, morto e sepultado na terra por três dias e depois ressuscitado. Deus deu o sinal, e esse sinal é Jesus. Não é um sinal de aparência exterior, mas é um sinal pessoal de presença e de companhia.
Esse sinal de Jesus nos revela que nós também devemos nos tornar sinais. Tantas pessoas, por causa de sua união com Cristo, são sinal de Deus para nós. É o caso dos santos.
A missão não é propaganda. Somos missionários na medida em que somos sinais de Jesus para os outros. Missão não consiste em divulgar uma mensagem, mas é questão de testemunho pessoal.