Salmo Responsorial: 23(24)R-É assim a geração dos que procuram o Senhor!
Segunda Leitura: 1 João 3,1-3
Evangelho: Mateus 5,1-12a (Bem-aventuranças).
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 1vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los: 3“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus. 4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. 11Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim. 12Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”. – Palavra da salvação.
Meu irmão, minha irmã!
Quem pode se considerar feliz na época dos Evangelhos? O perfil de uma pessoa feliz é descrito pela Escritura. Seria um homem adulto de boa saúde, casado com uma mulher honesta e fecunda, com filhos homens e terras férteis, observante da religião e respeitado em seu povoado. Tendo tudo isso, o que mais poderia pedir?
Como podemos descrever o perfil de uma pessoa feliz nos tempos de hoje? Faça um exercício interior e trace um perfil de uma pessoa feliz. Descrever os traços de uma pessoa feliz nos ajuda a tomar consciência do que nós consideramos como felicidade.
Jesus foi feliz?
Ele se apresentou muito deferente do ideal de felicidade de seu tempo: sem esposa e sem filhos, sem terra e sem bens; um itinerante que percorria a Galileia. A vida de Jesus não corresponde ao ideal de felicidade de seu tempo. Será que corresponde ao nosso? A vida de Jesus está mais distante do ideal de felicidade de seu tempo ou do nosso?
Pois bem, Jesus não só se contentou em viver pobre, casto e obediente. Ele nos ensina a viver da mesma maneira: esse é o senso das bem-aventuranças, um programa de felicidade que choca a sensibilidade atual. Cada vez mais pessoas se levantam contra esse programa de felicidade, acusando os católicos de inimigos da alegria, da prosperidade, da riqueza. Cada vez mais pessoas acusam os católicos de uma moral repressiva que infantiliza, de uma culpabilização fanática do prazer, de uma demonização atrasada da riqueza. Não demora muito, vamos ser acusados pelo atraso econômico do Brasil.
Jesus é feliz sem se preocupar com a própria felicidade. Sua vida girava em torno da felicidade dos infelizes e dos sofredores. Não buscava seus interesses. Procurava sobretudo criar as condições para a felicidade alheia e de um mundo mais justo e fraterno.
Ele, portanto, não proclama: felizes os ricos porque são abençoados por Deus. Seu clamor desconcerta a todos: felizes os pobres, os famintos, os que choram, porque Deus será a felicidade deles.
Celebramos hoje a solenidade de todos os santos. Eles viveram as bem-aventuranças em seu tempo e em suas condições concretas. Se quisermos saber como viver concretamente as bem-aventuranças, temos os santos que são a exegese das palavras de Jesus.