Voyeur Project View

Após fechar as portas do Voyeur Project View em Agosto de 2009, devido à crise, o artista iniciou um novo work in progress durante 2010 e 2011. Numa cave na Rua Álvaro de Santa Rita Vaz, n.º 3 A-B, em Lisboa. No atelier, idealizou projectos e imaginou exposições, construiu paredes, pintou-as, elaborou espaços imaginados arranjou o sistema eléctrico e direccionou as luzes. Depois de uma ideia inicial – “Templo Branco” – no espaço do atelier, passou para outra – “O Deus Selvagem” – para depois voltar ao Voyeur Project View. Haviam sido realizados contactos com a Câmara Municipal de Lisboa que prometia apoio ao projecto. Um novo espaço, nos Anjos, podia ser cedido. Foram contactados os artistas, foi feita a maqueta do novo programa, tudo estava a postos. Os apoios prometidos mais uma vez não chegaram a aparecer. Ergue-se outra parede e mais uma. Pintaram-se de outra cor. Fizeram-se duas salas. “Polyvison” seria o novo projecto, um tríptico filmado em vídeo e na outra sala um programa de vídeo com um título sugestivo – “Videodrome”. Talvez fosse melhor ir buscar uma ideia atrás que nunca foi feita – “O Jardim dos Suplícios” – projecto que foi apresentado em Faro e posteriormente em Lisboa e nunca tinha sido realizado. Lembrou-se de um livro de Malraux, outra ideia que não foi concretizada – “A Estrada Real”. Uma das salas foi pintada de verde a outra foram arrancados os painéis da parede, deixando-se a ver a estrutura. A sala verde fazia lembrar o livro do Júlio Verne – “O Raio Verde”.

Ao longo destes possíveis projectos apareceram amigos e outros que opinavam sobre uma ou outra ideia. Após a conversa, as paredes eram deitadas abaixo e erguidas novamente e assim por diante, até destruir-se tudo. Resta apenas um ou outro vídeo e umas pinturas todas feitas da mesma forma. Está tudo destruído, é o definhar … o terminar do trabalho. A última exposição.