Arman

Uma gralha na capa do catálogo da exposição da galeria Iris Clert, em Paris, corta-lhe do nome o “d” final. O artista, adopta então, o nome Arman, “criado por acaso”.

As suas primeiras acumulações datam do final dos anos cinquenta, tendo então assinado o manifesto do Novo Realismo de Pierre Restany. Os artistas deste grupo apropriam-se de objectos industriais e da reciclagem da iconografia de massas. Desde os anos sessenta, toda uma vertente da arte contemporânea se tem constituído a partir desta re-utilização de materiais colocados em circulação pela chamada indústria cultural. Arman realiza as suas obras a partir de objectos do quotidiano. Livremente, os objectos acumulam-se, formando uma imagem reconhecível pelo público. Desde a acumulação de lixo, detritos e matérias orgânicas, de tapeçarias, instrumentos de música, ferramentas, pincéis, bisnagas de tinta em poliester, encastrações de objectos em betão, carros, e até detritos gelados numa matéria plástica (que permite conservar os materiais), de título Caixotes de lixo orgânico; Arman chega a utilizar o refugo dos ateliers dos seus amigos artistas para uma série de obras-retratos. Estas acumulações, resultado de pesquisas sérias, constituem eternas referências ao posicionamento do homem face ao mundo em que vive.