Capitalismo de Capoeira

O capitalismo continua a expandir-se e a situação social e económica degrada-se. O capitalismo reflecte-se na invenção de novas tecnologias cujo fim último era economizar força de trabalho e produzir mais mercadorias. O valor da mercadoria baixa e também a mais-valia, finalmente, o lucro que se pode obter com a mercadoria em questão também baixa. Toda a história do capitalismo é um aumento contínuo da produção de mercadorias, de maneira que a diminuição do lucro contido em cada mercadoria seja compensada pelo aumento global da massa de mercadorias. O neoliberalismo acaba por ser a única maneira de prolongar ainda mais o sistema capitalista. O crédito prolonga não só a vida do sistema enquanto tal, mas também a dos consumidores. Este crédito não é mais que uma antecipação dos ganhos futuros esperados. Com a presente austeridade, o crédito tornou-se cada vez mais difícil de obter. Parece que estamos a assistir o fim de uma longa época histórica.

Em “Capitalismo, Socialismo e Democracia” (1942), Joseph Schumpeter desenvolve a lei fundamental do capitalismo: “(…) O impulso que nos leva a destruir é um impulso criativo. Essa é também a pedra basilar do pensamento capitalista: destruição compulsiva. As velhas indústrias têm de ser eliminadas sem piedade. Os novos mercados têm de ser conquistados pela força. Os velhos mercados têm de ser novamente explorados. Destruir o passado, criar o futuro. A crise constitui uma oportunidade para a renovação do capitalismo, e não para uma ruptura, como muitos predizem. Estamos a viver um ciclo económico, que se refere às longas flutuações económicas na produção ou na actividade económica durante vários meses, ou mesmo anos. Estas flutuações ocorrem ao longo de um período de crescimento, envolve mudanças de tempos, a tempos, de períodos de rápido crescimento, como um boom económico, e períodos de relativa estagnação ou declínio, a dita contracção ou recessão. A derrocada das bolsas, a deflação mundial. Vivemos uma cultura de mercado total.“

Os Homens do mundo estão encarcerados num sistema que odeiam, obedecem cegamente às forças do mercado, marchando prontamente para a hora de saída e entrada do emprego. As pessoas já não acreditam na eternidade, pensam unicamente em horas de trabalho. Elas existem só para perpetuar o sistema. O presente está a fugir entre os dedos para dar espaço ao futuro do mercado livre global. É o ciber-capital que cria o futuro e a globalização é o fluir da informação.