Realismo Socialista

O Realismo socialista foi a doutrina artística comunista. A arte era fundamentalmente um instrumento de educação e propaganda. A atmosfera da vanguarda de 1920, com uma arte progressista foi censurada e conotada como burguesa e capitalista, não sendo relevante para o proletariado. Com a exclusão da oposição política no seio do partido, os artistas que não aceitaram os dogmas do realismo socialista foram exilados ou assassinados. O Realismo Socialista passou a ser oficial em 1932, quando o comité central do PCUS decretou que todos os grupos artísticos independentes estavam dissolvidos a favor da nova estética. Estaline (1878-1953) descreveu a arte como tendo alvos propagandistas para a revolução. Esta arte controlada pelo estado foi exportada para os países comunistas do bloco do leste após o fim da II Guerra Mundial. A partir do modelo da representação da realidade e utilizando técnicas académicas, a arte do regime acabou por estagnar devido aos seus próprios princípios, tal como a União Soviética.

Em 1934, Andrei Zhdánov (1896-1948), proferiu um discurso no congresso da união de escritores soviéticos afirmando que o realismo socialista era a única arte aprovada pelo partido. A partir desse momento, foi pedido aos artistas que representassem um panorama historicamente concreto da realidade do seu povo, e no seu desenvolvimento revolucionário. O artista era descrito como um coordenador da alma humana. A sustentação desta teoria estética foi fundada nos escritos de Karl Marx (1818-1883), de Friedrich Engels (1820-1885) e de VIadimir Lenine (1870-1924). A essência do realismo socialista foi desenvolvida gradualmente, e com o tempo as suas regras tornaram-se confusas com os críticos e os comentários subsequentes do partido. O artista devia pintar eventos reais dos povos do sistema comunista, idealizando a imagem de um futuro glorioso. A arte tinha que ser acessível às massas e ter uma intenção social. Embora o partido restringisse a liberdade artística, não se importava que houvesse uma grande variedade das interpretações do realismo em termos do estilo e da temática. Os assuntos mais tratados incluíram imagens dos trabalhadores nos campos ou nas fábricas, ou retratos de Estaline e de outras figuras do estado, em cenas históricas ou em idealizações da vida doméstica. Depois da II da guerra mundial, o realismo socialista fez um exame a si próprio e as influências estrangeiras foram criticadas. Os exemplos deste estilo académico, com ênfase em cenas históricas e colectivas, são os trabalhos de Vladimir Serov (1910-1968) e do pintor Sergei Gerasimov (1885-1964). A morte de Estaline em 1953 e sob a batuta de Nikita Kruschov (1894-1971), o realismo socialista entrou em declínio, embora remanescessem ecos da estética oficial. A sua prática também se estendeu à China, onde era o único estilo aceite até a morte de Mao Tsé-Tung (1893-1976). Com a desintegração do bloco comunista no fim da década de 1980 o realismo socialista deteriorou. Foi ainda usado, como estilo, em alguns trabalhos irónicos para criticar o próprio sistema comunista.