Money, it´s a Crime!

Ao longo da história do homem, os meios de troca variaram: conchas, sal e uma variedade de metais preciosos, serviram de “moeda”. Durante a Época Medieval as moedas eram cunhadas por Senhores Feudais, pelas Igrejas e Mosteiros e estas, só podiam circular num determinado reino, pois gerava maior circulação monetária dentro das suas localidades, beneficiando-as. É durante esse tempo que os tesoureiros e os cambistas começam a dedicar-se à troca de moedas de vários valores, por uma de valor único. Ao guardar o ouro, moeda e valores dos comerciantes para evitar que fossem saqueados, começaram a dar garantias em papel que comprovavam o depósito feito. O comprovativo confirmava a existência desse valor e garantia que na entrega do mesmo, receberia o dito valor de volta, podendo mesmo ser retirado pelo depositante em outra localidade. Essa garantia de valor era reconhecida e aceite entre os comerciantes, tornando-se um novo meio de intercâmbio. Estes papéis eram denominados de letras de câmbio. Por meio da cobrança de taxas, iniciaram as actividades típicas dos banqueiros como: empréstimos, emissão de títulos e pagamento de dívidas, proporcionando maior estabilidade às trocas comerciais. A partir deste momento os tesoureiros apercebem-se que podiam emprestar mais dinheiro sem ter o valor real em ouro nos seus cofres. Esta foi uma das primeiras formas de criar dinheiro, tendo por base o crédito, e que até hoje em dia é a base da circulação de dinheiro. No fundo, criaram dinheiro a partir do nada. Os tesoureiros ao emitir dez vezes mais garantias do ouro que elas guardavam, auferiam grandes lucros pelos juros que taxavam.

A Igreja, durante muito tempo condenou os juros, utilizando como argumento a Bíblia que era contrária a essa prática. Chamava-se usura e considerava-se actividade ilícita por parte daqueles que se aproveitavam de quem trabalha, para auferir ganhos sobre os empréstimos concedidos. Nesse tempo de outrora, uma frase foi muitas vezes repetida: "Nummus non parit nummus", traduzindo: "Dinheiro não produz dinheiro".

O dinheiro novo surge no momento em que é concedido crédito. O crédito como sabemos é capital que é facilitado de imediato para um investimento ou consumo, para posteriormente ser pago durante um determinado tempo com juros. Os factores mais relevantes da transacção são a confiança e o tempo a decorrer entre a aquisição e a liquidação da dívida. O valor do crédito está baseado no valor do mercado. Podemos dizer que a base do sistema monetário é o dinheiro ser emitido à base de créditos e taxado com juros pelos bancos emissores. A chave do crédito é a nossa própria capacidade produtiva de gerar dinheiro, essa é a garantia dos créditos a serem recebidos. Só quem tem possibilidade de ter lucro obtém um crédito, só quem tem uma casa obtém uma hipoteca e só quem tem um salário fixo obtém um cartão de crédito. As nossas possibilidades, bens e capacidades são a garantia do crédito. Cada país tem a sua lei bancária que define a percentagem exacta da emissão parcial. Os bancos comerciais privados tem o direito por lei de emitir dez vezes mais dinheiro, dinheiro novo nascido do nada. A maioria do crédito que é posto na conta bancária de alguém, paga incluindo os juros, o dinheiro novo que não existia e está agora sendo emitido.