L´Humanité

“L´ Humanité” Jornal do Partido Comunista Francês, fundado pelo socialista Jean Jaurés, editado pela primeira vez em 18 de Abril de 1904, chegou aos cem anos. Este diário, acompanhou todas as congruências e subtilezas do século XX. Em 1939, com a assinatura do pacto germano-soviético é decretado proibido, levando o diário a ser publicado clandestinamente. É o jornal de eleição da insurreição de Paris em Agosto de 1944. Chegando a uma tiragem de 529 mil exemplares em 1946, quando o Partido Comunista Francês (PCF) e o Movimento Republicano Popular (MRP) são os principais partidos da época. A partir de 1947, com a ruptura com os socialistas, “L´Humanité” defende os grevistas operários e posiciona-se contra as guerras coloniais francesas, na Argélia e na Indochina, as suas posições defendidas com vigor e coragem, são novamente perseguidas na época do existencialismo de Sartre e Camus. O mundo mudou e o diário entra em lento declínio, tendo então uma tiragem de 200 mil exemplares em 1950. A queda da URSS e da utopia comunista em 1991, traduz-se na agonia do jornal com a perca de apoios financeiros vindos do Leste. Em 2001 com uma tiragem de 50 mil exemplares e uma dívida de 7,6 milhões de euros - “já não é o “órgão do partido, mas permanece comunista”, afirma o seu anterior director Roland Leroy.” Pelo “L ´Humanité” passaram nomes históricos que nele escreveram, como Maurice Thorez, Georges Marchais, Jacques Duclos, como poetas, escritores e artistas, Pablo Neruda, Paul Éluard, Elsa Triolet, Pablo Picasso, Louis Aragon, resistentes contra os Nazis como, Gabriel Péri e Paul Vaillant-Couturier, e também dirigentes históricos comunistas; Fidel de Castro e mesmo Ho Chi Minh, “o jornal que 78% dos franceses conhece, mas apenas 1% lê. Segundo uma sondagem do “Le Monde”, é considerado importante para o pluralismo por 59% dos franceses.

“Humanidade”, (do latim humanus, de homo, “homem”) no sentido vulgar designa o género humano. Em filosofia, a humanidade é o conjunto das características que distinguem a espécie humana do animal. O homem é, pois, aquele que devido a ter consciência de si, liberdade de pensar e linguagem se distingue do animal (Descartes). A humanidade também é vista como um grande ser colectivo que transcende os indivíduos que prolonga a existência dos homens individuais após a morte. (A. Comte).

A humanidade é possivelmente uma imensa e complicada rede de mais de seis biliões de indivíduos que se interligam numa rede de telecomunicações, em que cada indivíduo comunica com outro através de texto, som e imagem enviado a partir do seu próprio terminal, o telemóvel. A humanidade poderá ser vista como um sistema vivo auto-regulado, em que cada pessoa na sua “Condição Humana” é um terminal “linkado” a outros indivíduos que formam a humanidade.

Se a humanidade é uma rede complexa de indivíduos, no qual cada um regista e manipula imagens, fazendo-as circular na internet, podemos elaborar um modelo, um work in progress, no qual seja possível organizar essas imagens numa tentativa de estabelecer sentido entre elas, elaborando uma possível linguagem visual. A diversidade artística, existente nos nossos dias, forma uma teia de relações de imagens, textos e sons expostos num mundo que cabe na nossa sala. Um web site, com uma base de dados onde seja possível navegar através das imagens, consumindo-as, abrindo uma porta de acesso ao nosso “Museu Imaginário”.