Protect me from what I want

As telecomunicações reacendem, nos consumidores de produtos culturais, o desejo de apropriação das mensagens que se acumulam no ar, para re-utilizá-las numa outra perspectiva e recolocá-las sob novos referenciais.

Os textos de Jenny Holzer são inventados, mas o seu estilo impessoal lembra-nos imediatamente os títulos garrafais utilizados pelos média. Os seus clichés e aforismos são apresentados tanto no interior como no exterior: espaços privados, como as galerias e espaços públicos, como as ruas. O trabalho surge anónimo na grande urbe, ao lado de anúncios de todo o tipo de produtos. Por imitar o modo de publicitar para alvos indiscriminados, acaba por assumir o papel de intervenção crítica. A artista utiliza as mesmas técnicas dos publicitários. Os seus statements espalham-se como vírus, utilizando T-shirts, bonés, fitas-audio, televisão e demais meios disponíveis.

Protect me from what I want surgiu num ecrã gigante da Spectacolor, em Times Square, em Nova Iorque e, posteriormente, em Piccadilly Circus, em Londres. O seu statement radica didacticamente no apelo à resistência ao poder de controlo dos políticos e das grandes companhias multinacionais.