União Europeia

Em 1948 poucos anos após o término da II Grande Guerra foi assinado o "Tratado de Bruxelas" entre a Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, França e o Reino Unido. É a primeira tentativa de organizar os estados da Europa ocidental, ao nível da segurança e defesa. O Tratado previu assim uma cláusula de assistência militar mútua no caso de um dos membros ser atacado. Posteriormente assinaram-se diversos tratados económicos ao longo das décadas do pós-guerra. Estes tratados visam construir uma Europa economicamente saudável para poder competir com as duas super-potências: Estados Unidos e União Soviética. A União Europeia foi concebida como “Mercado Comum”, no qual desapareceram as barreiras alfandegárias entre os estados-membros para poder existir a livre circulação dos produtos e deste modo deixar de haver medidas proteccionistas nacionais. O livre movimento de pessoas, capitais e serviços teve que esperar até 1986 por mais um novo tratado. O "Tratado de Maastricht" (1992) é a fusão dos diferentes tratados alcançados até então, marca um novo passo no processo de união. Assim surge a Comunidade Europeia e fica decidido a criação da moeda única, o Euro, que entraria em circulação em 2002. O euro foi idealizado para ajudar a construir um mercado financeiro único, criando a estabilidade dos preços e das taxas de juro baixas e proporcionando uma moeda usada internacionalmente e protegida pelo Banco Central Europeu.

A crise de 2008, leva os governos de alguns estados a salvar os bancos culpados da especulação financeira, comprometendo, dessa forma, enormes somas de fundos públicos, dando lugar a uma nova crise, a da dívida pública iniciada em 2009. Em 2010 a União Europeia, o FMI e o Banco Mundial acordaram um plano de resgate, para a Europa do Sul, inaugurando a era de austeridade. Assiste-se agora ao desmantelar do estado social, um dos grandes projectos europeus do pós-guerra. As greves contínuas contra as decisões políticas, baseadas em imperativos de uma lógica financeira internacional, a Europa funciona a low-cost. Os problemas são adiados e as soluções pontuais. Para o euro continuar de boa saúde, pela calada da crise avança-se com o federalismo e os países vão perder a sua autonomia e especialmente soberania para os burocratas europeus. O que antes pareceria algo difícil está a ser alcançado, com o único objectivo da integração económica, orçamental, financeira e finalmente política. Se a dita integração supunha partilha comum dos mesmos destinos, assiste-se ao aumento do poder europeu, ou talvez melhor, alemão sobre o cumprimento dos orçamentos e outras variáveis nominais. A União Europeia está a transformar-se muito rapidamente, sob a batuta da política alemã.