Modelo Holográfico

No princípio nada havia. Deste nada emergiu a energia, a matéria, o espaço, o tempo, a consciência e a mente. O Universo, a partir de uma configuração inicial, com as suas próprias leis determinou a evolução do sistema. Ao nível da ”Teoria da Relatividade Geral” (1915) este sistema tem uma única história, mas ao nível quântico, todas as histórias são possíveis. Aqui a matéria é unida, mesmo quando é separada, e a sua energia permanece ligada. A natureza quântica da luz, os fotões e os electrões, compõem este mundo. Toda a vez que tentamos olhar estas partículas, o nosso mero acto de observação modifica as trajectórias delas. Um electrão ou qualquer partícula elementar só existe em relação a outras coisas, como todas as outras partículas do universo. Ao nível quântico não há nenhum objecto, há só relações. Não há nenhuma localização, não há nenhum tempo. Um átomo só aparece num lugar quando um observador consciente decide olhar para ele. Assim no acto de observação cria-se um universo inteiro. Se somos feitos de átomos e estes existem em mais de um lugar em universos diferentes, nós humanos também existimos em diversos universos. A hipótese de universos paralelos da realidade descrito pela teoria da Mecânica Quântica deve ser aplicado a objectos de todos os tamanhos, seres humanos, estrelas, galáxias, tudo.

As partículas sub-atómicas como os electrões são capazes de instantaneamente se comunicarem uns com os outros apesar da distância que os separa. De alguma forma uma partícula sempre sabe o que a outra está a fazer. O físico quântico da Universidade de Londres, David Bohm (1917-1992) acreditou que a razão que habilita as sub-partículas a permanecerem em contacto umas com as outras, não é porque elas estejam a enviar algum tipo de sinal misterioso, mas, porque esta separação é uma ilusão. Ele argumenta que a um nível mais profundo de realidade estas partículas não são entidades individuais, mas sim, extensões. São facetas de uma unidade mais profunda que é holográfica e indivisível. Neste caso, o universo é seria um holograma. Em adição a esta natureza fantástica, este universo possuiria outras características surpreendentes. Se a aparente separação das partículas sub-atómicas é uma ilusão, isto significa que num nível mais profundo da realidade todas as coisas do universo estão infinitamente interrelacionadas. Num universo holográfico, mesmo o tempo e o espaço não podem mais ser vistos como fundamentais. Porque conceitos como localização desaparecem diante de um universo em que nada está verdadeiramente separado de nada. Esta realidade descrito por Bohm é um super-holograma no qual o passado, o presente, o futuro existe simultaneamente. Pode-se até admitir que, o super-holograma é a matriz que deu nascimento a tudo no universo e no mínimo contém cada partícula subatómica que existe ou existirá, cada configuração da matéria e energia que é possível. Deve ser visto como um “depósito” de ”tudo o que é”.