Exposições Labirinticas

Em geral, os comissários de exposições sempre trabalharam seguindo uma metodologia de história de arte, prática iniciada no século XIX. O Museu, adoptando o “princípio de escolas históricas, exibia normalmente as pinturas um pouco acima do nível do olhar humano”.[1] Para melhor compreender a exposição, o espectador seguia uma linha inscrita no chão, tal como o fio de Ariana, que indicava o caminho a percorrer e a sequência dos trabalhos.

Na Galeria Tate, em Londres (1979), o desenvolvimento deste tipo de exposição passou a ser cultivado não por escolas estilísticas mas por movimentos, dando origem a um tipo de concepção de exposição, na qual era utilizada a representação através de um mapa colorido, onde cada cor correspondia a uma sala, contendo um movimento da história da arte. A exposição pública começando pelo Impressionismo, terminava na arte minimal, adoptando o percurso das cores do mapa Para o visitante esta metodologia tornava-se labiríntica, ficava vedada a alternativa de caminho, já que este estava pré-determinado no mapa.

A partir de 1980, a evidente limitação deste tipo de convenção labiríntica, foi questionada e adoptados desenhos de exposições em espaços flexíveis, onde as obras de arte são exibidas em confrontação, gerando relações entre elas e o público, independentemente da obra corresponder a um movimento ou a uma escola histórica.


[1] NICHOLAS SEROTA – Experience or Interpretation, The Dilemma of Museums of Modern Art