Robert Rauschenberg

Fundindo a pintura e a escultura, Rauschenberg criou uma nova série de trabalhos a que chamou Combine. As obras ocuparam o artista até 1964 e foram realizadas essencialmente em dois formatos: Combine Paintings e Freestanding Combine. Utilizando referências autobiográficas, históricas, políticas, artísticas e dos mass – media, o artista cruzou diversos elementos que, todavia, mantinham a sua identificação nos Combine. A sua arte era realizada a partir do refugo da civilização urbana; o seu método, uma afirmação da re-utilização. A natureza utilitária destes objectos: (almofadas, chapéus de chuva, escovas de cabelo e todo o tipo de vestuário) estabelecia uma dinâmica entre a existência do dia a dia e os propósitos estéticos do autor. O homem era evocado na sua escala real e na sua vivência doméstica. Muitos dos trabalhos incluem referências a mobiliário de interior. Os Combine envolvem uma situação de multiplicidade. Qualquer coisa, que exista, é matéria para o desenvolvimento do trabalho, mesmo que isso implique a apropriação de uma outra obra. A apresentação do desenho apagado de Willem de Kooning, realizado por Rauschenberg, fez com que a obra de arte adquirisse uma nova configuração: a da referência a outro autor.

Rauschenberg retoma a ideia do ready-made, da fotomontagem, da colagem de materiais espúrios, reportando-se respectivamente a Duchamp, Man Ray e Schwitters.

Os artistas Pop, a partir dos anos sessenta desenvolvem e alargam a sua obra a todo o ambiente físico que os rodeia. A realidade cruza-se em fragmentos circunscritos pelo artista. Os modelos, em tamanho natural, criam situações específicas, gerando deste modo assemblages que convocam a pintura, a escultura, a colagem, bem como a encenação teatral. As obras tornam-se ambientes ou instalações numa permanente interrogação à vida urbana e ao progresso.