Código Genético

A natureza é um sistema evolutivo de diversidade. É uma obra aberta e não confinada a si própria. Foi na produção de variedade de vida, confinada a um espaço limitado, que as células surgiram. Milhões de genes num contínuo processo de evolução, mudando as suas propriedades ao longo do tempo para melhor se adaptarem ao mundo onde existem. Este código genético integra informações que se entrelaçam através dos genes em contínua evolução. Na Natureza, os primeiros seres que surgiram estão agora espalhados pelos continentes, numa enorme biblioteca genética.

A vida artificial, elaborada nos dias de hoje, é consequência de uma evolução em aberto, e não de um sistema que pré-determina qual a célula artificial que deve evoluir apenas segundo regras pré-definidas. Simulação de uma suposta base de dados, os primeiros sistemas programados por Dawkins, Latham e Sims estavam confinados às suas configurações originais. Um sistema que não pré-determine o papel das criaturas artificiais poderá desenvolver-se substancialmente. Sistema Evolutivo, geneticamente programado para saber os seus limites e as suas possíveis conexões. O jogo de computador Tierra elaborado por Tom Ray, em teoria, poderia evoluir e construir a sua própria biblioteca de células artificiais.

Podemos imaginar para breve o surgimento de uma nova classe de organismos artificiais concebidos por seres humanos. Organismos que se reproduzirão e evoluirão para algo diferente da sua forma original estarão “vivos”. O advento da vida artificial constituirá um significativo facto histórico.

Sabendo que actualmente existem conhecimentos científicos para compreender a origem humana, o anúncio do nascimento dos primeiros clones humanos realizados pela empresa Clonaid, desconcertou a humanidade. Claude Vorilhon, um ex-jornalista, inspirado por revelações, transmitidas por extraterrestres denominados Elohim, mudou o seu nome para “Rael” e fundou o Movimento Raeliano, cujo objectivo é alcançar a imortalidade pela clonagem. Em vez de evolução assistimos à cópia, e já não se trata da cópia de um livro ou da sua produção em massa mas da cópia de seres humanos e da tentativa desesperada de alcançar a imortalidade.

As narrativas do Golem, descrevem que depois de ter moldado a criatura a partir da argila, o rabino Loew, para lhe dar vida, colocou-lhe no rosto três letras em hebraico: ҐIr (emeth). Estas letras significavam verdade e deviam ser acompanhadas de fórmulas apropriadas para dar o sopro da vida à criatura. Um escrito cabalista do século XIII atribuído a Juda ben Bathyra refere os princípios da combinação e da formação das palavras, a partir das quais era possível criar um homem. No seu rosto apresentava escrito o texto “IHVH Elohim Emeth.”