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Quem me enganou

Delirando de costas quanto os saberes vacilam

Eu vou encantado sabendo do engano

Esmagado pela infelicidade sem nome

Forçado a dizer alguma loucura

Vozes como sempre

Acabou-se

Pela suave pele da cara passa uma mão mentirosa

É a própria mão

Deixa-se ir no jogo

Vai-se como um fugidio

Sonha-se depressa

Vive-se demais

Tudo acaba cedo

Inconscientemente perdido

Caminho sem perceber

Num único segundo o fim

Tudo termina sem nada ter acontecido