Hipótese

Ao longo da história da astronomia, os objectos celestes que foram observados ou postos como hipótese para explicar certos fenómenos no passado, hoje em dia são linhas de investigação abandonadas. Corpos que foram seriamente considerados como hipotéticos planetas agora servem a literatura de ficção científica. A hipótese é sinónima de investigação na ciência, desde que o homem olhou para o céu, nunca mais deixou de sonhar, questionando permanentemente o enigma do cosmos. Ainda hoje, assim o é, de teoria em teoria, de tratado em tratado, o Sistema Solar tem sido ficcionado ao longo da história do homem, a hipótese é credível até ser refutada por uma nova realidade.

Vulcano (1859) é um planeta hipotético, acreditava-se que existia entre o Sol e a órbita de Mercúrio. Imaginado por Urbain Jean Joseph Le Verrier (1811-1877), surgiu como hipótese para explicar as peculiaridades da órbita de Mercúrio. Apesar de ter sido provado a não existência de Vulcano, existia outra hipótese sobre um anel de asteróides que podiam existir numa região gravitacionalmente estável, isto é na órbita do planeta Mercúrio. A estes asteróides, foi dado nome de Vulcanoides. Até agora ainda não foram descobertos.

De acordo com a “Lei Titus-Bode” (1766), agora desacreditada, um planeta devia existir entre Marte e Júpiter. Com a descoberta de Ceres (1801), muitos pensaram que era o quinto planeta, pois se encontrava na posição calculada. Com a descoberta de Pallas (1802) o astrónomo Heinrich Wilhelm Matthäus Olbers (1758-1840) especulou que estes objectos eram fragmentos desse quinto planeta. A descoberta de Juno (1804) e Vesta (1807) a teoria tornou-se mais credível. A cintura de asteróides era o resultado da destruição de Phaeton, o planeta hipotético. Hoje em dia esta hipótese está desacreditada pela comunidade científica. A teoria refere-se a quatro possibilidades para o planeta ter sido desfeito: o planeta foi destruído pela gravidade de Júpiter, um corpo celeste chocou contra o planeta, o planeta foi destruído por uma estrela anã, conhecida como a companheira do nosso sol, chamada Nêmesis, ou o planeta sofreu uma catástrofe interna e colapsou.

Existe ainda uma teoria do “Planeta V” (2002), criada com base em simulações de John Chambers e Jack Lissauer. Estes dizem ter existido entre Marte e o cinturão de asteróides, o dito quinto planeta, menor do que Marte percorreu uma órbita excêntrica e, instável, há 4 biliões de anos. O seu desaparecimento deve-se a uma hipótese de uma teoria do cataclismo que ocorreu na mesma altura.

Após a descoberta de Plutão como o nono planeta do sistema solar em 1930, um hipotético planeta chamado por vezes como décimo planeta, parecia ter sido avistado. O Planeta X, inicialmente proposto para explicar supostas perturbações nas órbitas de Úrano e Neptuno, foi desmentido de causar quaisquer destes desvios sistemáticos. A crença persistiu e desde 1992 uma série de objectos tem sido avistados depois de Neptuno, mas é pura ficção. Muitas vezes são chamados planetas transneptunianos que incluem o planeta X.