Musée d´Art Moderne, Dép. des Aigles, Section XIXème Siècle

Marcel Broodthaers inicia, a partir de 1968, um trabalho que constitui uma crítica museológica radical. Utilizando a realidade como meio ficcional, representando o verdadeiro para expôr o falso, como cartas postais de quadros falsos, falsas cartas administrativas. Broodthaers denuncia a autoridade museológica, questionando-a permanentemente. Expondo inicialmente o seu museu num apartamento, “onde as palavras “musée”/”museum” eram dispostas nas janelas”, foi convidado em 1972, no quadro oficial da Kunsthalle em Dusseldorf para desenvolver e apresentar o trabalho. Utilizando a figura de uma águia para simbolizar a autoridade do museu e os trabalhos em vários departamentos, Broodthaers acabou por realizar doze secções em que intervém como director, comissário, designer e publicitário. Ironizando a relação entre a palavra e a imagem e o seu sentido, utilizou rótulos escritos nas obras exposta. “This is not a work of art!”, “ilustra a ideia de Marcel Duchamp e a de René Margritte” que escreveu na sua pintura: “Ceci n´est pas une pipe”. No desenvolvimento do trabalho realiza uma edição de barras de ouro, vendidas pelo dobro do preço do mercado, com a águia gravada e um número de série. Esta paródia ao mercado da arte termina na Feira de Arte de Colónia, quando o artista põe o Museu à venda pelo facto de estar em falência.