Princípio Holográfico

O princípio holográfico foi inspirado na termodinâmica dos buracos negros, que nos diz que o conteúdo informacional de todos os objectos que caiem dentro de um buraco negro, está contido nas flutuações da superfície do horizonte de eventos. Stephen Hawking (1942-2018) por volta dos anos 70, demonstrou que os buracos negros emitem radiação, aquando do seu desaparecimento. A radiação emitida não contém nenhuma informação sobre o interior do buraco negro. Quando o buraco negro desaparece, toda a sua informação sobre a estrela que implode, também desaparece. Esta demonstração contradiz o princípio concreto de que a informação não pode ser destruída, chamada “Paradoxo da Informação do Buraco Negro”. Jacob Bekenstein (1947-2015) posteriormente descobriu que o conteúdo informativo é proporcional à área da superfície dos seus eventos horizontais. Podemos dizer que as ondulações microscópicas quânticas no horizonte de evento do buraco negro, contêm as informações sobre o seu interior, assim não há perda de informação quando o buraco negro se desvanece. A informação 3D sobre a estrela que implode pode ser contida no horizonte 2D do subsequente buraco negro.

Na década de 90, Leonard Susskind (1940) e Gerard‘t Hoof (1946), sugeriram que o mesmo princípio pode ser aplicado ao universo na totalidade. Se o Cosmos possui também um horizonte, isto é um limite. Este limite é onde a luz não teve tempo de chegar até nós em 13.7 biliões de anos-luz de existência do universo. Todas as nossas experiências diárias podem ser uma projecção holográfica de processos físicos que acontecem num distante plano bidimensional. O “princípio holográfico” desafia os nossos sentidos. A ideia de que vivemos num holograma é uma extensão natural do nosso entendimento sobre buracos negros.