Capela

As grutas de Altamira são consideradas um ponto alto da arte rupestre. Nelas podem-se observar representações dos mais variados domínios da vida. Altamira é considerada a “Capela Sistina” da pré-história, não só por ser a primeira caverna onde se encontraram as primeiras pinturas rupestres, mas também por ter figuras policromadas desenhadas em diferentes períodos utilizando diferentes técnicas. As primeiras figuras representadas no tecto são desenhadas a vermelho. Por cima destas, encontramos diversas pinturas a negro e, finalmente, descobrimos outras figuras posteriormente acrescentadas, como se se tratasse de um work in progresso realizado por várias criadores ao longo de um longo período da história.

Consideramos os túmulos Egípcios como capelas ricamente decoradas com os actos da vida dos Faraós, representando também o ser humano, a sua vida e o seu confronto com a morte. Os egípcios acreditavam que qualquer ser humano se definia por quatro elementos: Ka, o seu duplo, Ba, a alma, Khu que significava o fogo divino e o quarto elemento que era o corpo. Estes deviam ser conservados após a morte. Na capela tumular egípcia, como um livro de imagens da sua vida, todas as actividades do faraó eram representadas

Durante a Idade Média, os frescos que cobriam as paredes representavam narrativas religiosas, que de certa forma, também asseguravam uma relação entre vida e morte. Estes lugares são espaços sagrados onde o homem de algum modo encontra o seu significado último.

“Se existem lugares em que a arte se aproxima de Deus, um deles é a Capela Sistina. Esta dependência do Palácio do Vaticano, em Roma, atinge o absoluto graças aos magníficos frescos pintados por Michelangelo, Perugino, Ghirlandaio e Botticelli, entre outros artistas do Renascimento. Temas do Antigo e do Novo Testamento são o ponto de partida das imagens imortais da Capela. (...) Em maio de 1508, o Papa Júlio II, sobrinho de Sisto IV, encomendou a Michelangelo o fresco que hoje decora o teto da Capela. (...) A obra foi terminada em Outubro de 1512, sendo o resultado de um processo muito doloroso. (...) Michelangelo representou, seguindo uma ordenação teológica, desde a Criação do Universo até a Embriaguez de Noé, incluindo mais sete episódios do Génesis, além de sete profetas, cinco sibilas, que teriam anunciado a vinda de Cristo, e quatro cenas nos cantos representando façanhas de heróis do povo de Israel: David vencendo Golias, Judite matando Holofernes, Ester denunciando as perseguições de Amã aos judeus e o episódio onde, picados por serpentes venenosas, aqueles que tivessem fé poderiam curar-se olhando para uma serpente de bronze, colocada no alto de um poste por Moisés.”[1]

A Capela Sistina, onde Miguel Ângelo representou a Criação do Mundo, é bem representativa deste tomar de consciência por parte do ser humano.