Globalização

Frederic Jameson caracterizou a nossa época em termos duma nova “ausência de profundidade” e dum declínio da autenticidade com que experimentamos as emoções. Esta expressão: “ausência de profundidade” refere-se à ideia de que nada há para além da simulação e da superfície.

A Globalização deparou com a proliferação de redes globais de computadores, internet e telemóveis saturando os ecrãs do globo com imagens, sons, ritmos, cor, nuances de luz que actuam localmente. A conectividade das tecnologias de informação abrem uma janela para o nosso mundo no qual reflecte o que nós somos, mostrando-nos as conexões entre ideias e imagens que nós próprios construímos. Esta Globalização é a legitimação da cultura ocidental construída mediante o seu modelo histórico progressista. Esta única trajectória, enquadra-se no caminho estético ocidental, que é a estética do realismo, visualizada através da fotografia, do cinema, dos jogos de computador, da simulação, da realidade virtual e da convergência da nova média que estimulam realidades alternativas. Emergiu uma cultura de crise de visibilidade e controle em relação a uma nova electrónica que define a realidade. Tornou-se bastante difícil separar o humano da tecnologia.

George Orwell (1903-1950) na sua ficção, “1984”, exemplifica não só a emergência dos totalitarismos, mas também os crimes a que a linguagem audiovisual dos mass media pode submeter ao cidadão comum. Tal como em “1984”, no qual o presente, futuro e passado é sempre alterado e construído, os mass media dos nossos dias conseguiram fazer o mesmo, promovendo constantemente o presente em tempo real. Qualquer imagem desde as dos jornais e revistas, passando pela televisão, bem como os ecrãs espalhados pelos supermercados, lojas, farmácias, bancos, autocarros, metro, não permitem uma fuga para esta versão pós-moderna da visão de Orwell em “1984”.