Panpsiquismo

O termo "panpsiquismo" tem origem no termo grego pan ("tudo, todo") e psique ("alma, mente"). O panpsiquismo é uma das mais antigas filosofias é a visão de que a mente ou algo semelhante à mente é uma característica omnipresente da realidade. Esta pode assumir uma variedade de formas. Os académicos sustentam que a senciência é omnipresente e está fora de atributos mentais humanos. Atribuem a uma forma primitiva de mentalidade a entidades ao nível fundamental da física. Enquanto filósofos ao longo dos tempos deram atributos como vida ou espíritos às entidades.

Na antiguidade, Tales (624-546 A.C.) diz-nos: “E afirmam alguns que a alma está misturada no todo. É por isso, que todas as coisas estão cheias de deuses”, enquanto Anaxágoras (499-428 A.C.) diz que arqué (o princípio subjacente de todas as coisas) é como a mente. Anaxímenes (588-524 A.C.) reflectiu sobre a arché e diz que era como a pneuma (respiração) ou espírito e Heraclito (540-470 A.C.) afirmava: "A faculdade de pensar é comum a todos." Platão (428-348 A.C.) escreveu que todas as coisas participam da forma do "Ser" e que este deve ter um aspecto psíquico da alma. Defende a ideia de uma alma-mundo: “Este mundo é um ser vivo dotado de alma e inteligência ... uma única entidade viva visível contendo todas as outras entidades vivas, que por sua natureza estão todas relacionadas". No Renascimento, Francesco Patrizi (1529-1597) introduziu o termo “panpsiquismo” no vocabulário filosófico e Giordano Bruno (1548-1600) afirmou: "Não há nada que não possua alma e que não tenha princípio vital". No século XVII, encontramos o monismo de Benedito de Espinosa (1632-1677), que diz-nos que a única substância infinita e eterna é "Deus ou Natureza", pois possui os aspectos da mente e da matéria. A visão de Gottfried Leibniz (1646-1716) é de que existe um número infinito de substâncias mentais absolutamente simples chamadas mônadas, que compõem a estrutura fundamental do universo. No século XIX, Arthur Schopenhauer (1788-1860) escreveu: "Toda a mente ostensiva pode ser atribuída à matéria, mas toda a matéria também pode ser atribuída à mente". William James (1842-1910) reflectiu que a nossa única noção inteligível de um objecto em si é que ele deve ser um objecto para si mesmo, e isso nos leva à crença de que as nossas percepções físicas são efeitos sobre nós de realidades "psíquicas". O filósofo Charles Sanders Peirce (1839-1914) adoptou um monismo psicofísico no qual o universo estava impregnado de mente, que ele associou à espontaneidade e à liberdade e Josiah Royce (1855-1916), sustentou que a realidade era um "eu do mundo", um ser consciente que compreendia tudo. No século XX, encontramos Alfred North Whitehead (1861-1947), que diz: "Devemos conceber as operações mentais como um dos factores que compõem a constituição da natureza". O psicólogo Carl Jung (1875-1961), conhecido pela ideia do inconsciente colectivo, escreveu que "a psique e a matéria estão contidas em um e mesmo mundo e, além disso, estão em contacto contínuo entre si" e que é provável que "a psique e matéria sejam dois aspectos diferentes de uma e mesma coisa". O geneticista Sewall Wright (1889-1988) acreditava que o nascimento da consciência, implicava que propriedades inerentes estavam nas partículas mais elementares. Recentemente o físico David Bohm (1917-1992) publicou uma teoria da relação entre mente e matéria, propondo uma teoria da consciência baseada na indeterminação observada pela física quântica.

Em “Sobre a Origem das Espécies através da Selecção Natural”(1859), Charles Darwin (1809-1882) apresentou a teoria da evolução, como um processo que cria sistemas complexos a partir de propriedades pré-existentes, mas que não pode criar propriedades "inteiramente novas". Este é o argumento ideal para defesa do panpsiquismo.