Congo

Em Junho de 2005 foi realizado na Bonhams, em Londres um leilão de pinturas abstractas de um artista famoso chamado Congo. O lote a leilão era composto por três trabalhos em têmpera sobre papel, bastante coloridos e de pinceladas arrojadas. Um coleccionador americano, grande entusiasta de arte moderna e contemporânea arrematou as telas por 25 mil dólares. A venda ultrapassou as previsões, as pinturas estavam cotadas entre mil a mil e quinhentos dólares. Estas obras estavam expostas, lado a lado com as telas de Renoir e de Andy Warhol. As pinturas destes acabaram por não se vender.

Congo nasceu em 1954 e produziu à volta de 400 desenhos e pinturas entre os dois e os quatro anos. Em 1957, expôs os seus trabalhos na London's Institute of Contemporary Arts. Os coleccionadores maravilhavam-se com as pinturas do macaco. Este artista macaco cedo aprendeu a usar o pincel e os lápis, pintou e desenhou dentro dos limites das folhas de papel e da tela. Parece que sabia quando terminava as obras, recusando-se a continuar a trabalhar. Faleceu em 1964 de tuberculose, era um chimpanzé artista. O director da Leiloeira Bonhams disse: "Paintings by apes may be seen as humorous or as a derisive commentary on modern art."

Adorno na sua obra “Dialéctica Negativa” (1966) escreve: “A filosofia continua porque perdeu o momento de sua realização”, poderíamos escrever: A arte continua porque perdeu o momento da sua realização.


Meet Congo the Chimp, London's Sensational 1950s Abstract Painter | Open  Culture