O Raio Verde

"Aquele último raio lançado pelo sol no momento em que a borda superior do seu disco toca no horizonte, se é verde, é, talvez, porque quando ele atravessa a fina camada de água ele impregna na sua cor… "

Aristobulus Ursiclos

“O Raio Verde” é o nome de um fenómeno óptico que surge, antes do nascer do sol ou depois de o pôr-do-sol. É usualmente observado em baixas altitudes, onde se pode ver o horizonte claramente, como no oceano. Na novela de Júlio Verne, “Le Rayon Vert “ (1882) os heróis tentam em vão observar o raio verde e acabam por descobrir o amor que nutrem um pelo outro.

Eric Rohmer, no filme “Le Rayon Vert “ (1986) recorre ao livro de Júlio Verne para retractar também dois protagonistas procurando o raro fenómeno atmosférico.“ Quando vemos o raio verde, descobrimos os nossos sentimentos, como os dos outros.”

Em Paris, na Exposição Surrealista de 1947, Marcel Duchamp expôs “Le Rayon Vert”, uma vista da vigia de um barco, no qual podíamos observar uma luz verde ao pôr-do-sol. Esta obra desapareceu após o encerramento da exposição e Duchamp nunca a reproduziu.

“Green Ray” é também o nome da festa temática realizada pelo Lux Frágil (2009). Na sua apresentação foi concebida uma instalação de luz realizada pelo MAI: Media Architecture Institute em colaboração com Patrick Goor. Um tapete de luz verde estendeu-se à entrada da discoteca, mudando de aparência conforme o público interagia.

“O Raio Verde" é sinónimo de fenómeno óptico, atmosférico, novela de amor, sentimento de si e dos outros, ponto de contacto entre as pessoas e a obra de arte.