Curador Performático

Se os anos 80, devido ao número crescente de Bienais, marcam as práticas curatoriais que aconteceram a uma escala internacional, os anos 90 vêem surgir uma tendência europeia que é levada a cabo por alguns curadores como: Ute Meta Bauer, Nicolas Bourriaud, Hou Hanru, Maria Lind, Hans Ulrich Obrist e Barbara Vanderlinden. Utilizando uma metodologia curatorial que envolve uma apresentação performática, “Team Curating” ou “Exhibition-Making” são os novos termos no léxico artístico, procurando como uma actividade de grupo ser curador em exposições internacionais. Ser curador agora é de certa maneira transcender as fronteiras geográficas e olhar para a rede global e cultural de produção da civilização visual. Perante esta nova abordagem na qual o papel do artista e a obra de arte se tornam partes integrantes de um sistema que se identifica como um todo, o próprio artista torna-se curador. Este tipo de exposição tem a ver com a arte que é exposta e com o tipo de arte que é exibido, deste modo os artistas consideram as condições de expor como parte da sua estratégia, estão também a ser curadores dentro da sua prática. Este termo artista curador tornou-se sinónimo de uma prática realista na qual se utiliza um design de exposição, estruturas arquitectónicas, estratégias curatoriais, bem como a fotografia, cinema, vídeo e a nova média como maneira do artista utilizar o seu próprio trabalho e de outros artistas para compor uma instalação.

A ênfase dos projectos mais recentes é dada num único trabalho, isto é, uma exposição feita com um sistema como conceito unificador e estrutural. Artistas curadores recentes cujas exposições incluem a colaboração são realizados por projectos como Art-lab, Gavin Wade, Per Hüttner, Dave Muller, Cell Projects, Atelier Van Lieshout, Matthew Higgs, Jeremy Deller, Macuga e outros. Desde modo o discurso do artista que também é curador produz um acto performativo em nome do seu próprio discurso. O surgimento dos “Curadores Performativos” que agem como artistas e os próprios artistas que agem como “Curadores Performativos” constitui também a arte dos nossos dias, onde não se reconhecem campos estanques, mas sim diluição dessas mesmas áreas.