The Picture of Dorian Grey

Dorian Grey é um individuo da alta sociedade, elegante, bonito e superficial. Esta é a sua história, a do desejo do homem na incessante busca de ficar jovem eternamente. É também uma história de vaidade e da impossibilidade de alterar as leis da vida, tal como no conto “O Imortal” de Borges.

A narrativa começa no estúdio de Basil, um pintor obcecado por Dorain Grey, o esbelto jovem que toda a gente admira. Basil pinta o retrato do seu jovem amigo e, quando termina, Dorian profere um simples desejo: que a pintura envelheça em vez dele. O desejo de Dorian Grey é ficar eternamente jovem e charmoso. E o desejo torna-se uma realidade.

Com o seu amigo Henry, que lhe ensina as vissisitudes da vida, Dorian torna a sua vida uma devassidão de pecados, mentiras, mortes, crimes e sexo e, sempre que vê o seu retrato, repara que este envelheceu em vez dele. O jovem Dorian Grey acaba por ser destruído pela sua própria beleza, na qual um poder misterioso lhe deu a hipótese de contemplar no seu próprio retrato, os vicíos que o corrompem.

“Passado um quarto de hora, pouco mais ou menos, o criado chamou o cocheiro e um dos lacaios e subiram as escadas de mansinho. Bateram, mas ninguém respondeu. Gritaram. Tudo jazia em silêncio. Finalmente, após tentativas vãs para forçarem a porta, subiram ao telhado e desceram para a varanda. As janelas cederam facilmente: os ferrolhos estavam velhos. Quando entraram, deparou-se-lhes, pendurado na parede, um esplêndido retrato do seu amo, tal como haviam visto da última vez, em todo o fulgor da sua maravilhosa juventude e beleza. No chão jazia o cadáver dum homem, em trajo de cerimónia, com uma faca cravado no coração. Estava ressequido, encarquilhado e tinha uma cara abominável e asquerosa. Só depois de lhe examinarem os anéis é que reconheceram quem era...” [1]


[1] OSCAR WILDE – O Retrato de Dorian Gray,