Mapa

O mapa é o que pensamos do mundo, é um repositório cultural que nos dá informação sobre a terra e as pessoas de diferentes tempos e locais. O mapa, como qualquer outra forma de concepção humana, é impreciso e representa um compromisso. Os mapas consubstanciam a forma como os homens concebiam o mundo em que viviam, aquilo que imaginavam e desconheciam. Os primeiros mapas surgiram com o desenvolvimento das escritas pictóricas, correspondendo à necessidade que o homem tinha de ilustrar um caminho por mar ou por terra, desenhar o próprio espaço onde habitava, delimitando territórios de caça e pesca. “Existem vários mapas de diversos povos que chegaram até aos nossos dias, como Babilónios, Egípcios, Astecas, Chineses, cada qual reflectindo aspectos das respectivas sociedades.”

Foram os gregos clássicos que definiram os primeiros mapas terrestres, em função das suas expedições militares e da navegação, criando o principal centro de cartografia geográfica do mundo ocidental. Os gregos definiram o mapa da terra, tendo forma plana, como um disco. De acordo com a teoria homérica, pensava-se que o mundo não ia além da bacia do mediterrâneo, rodeado por um oceano. A representação do mundo era um disco rodeado por um grande rio denominado “Okeanus”. A investigação realizada pelos gregos definiu a concepção de um mundo que se inclinava para uma terra esférica, segundo a teoria Pitagórica. Esta ideia era partilhada por Platão, Heródoto e Aristóteles. Foram Eratosthenes e Hiparco, no século III A.C., que construíram as bases da moderna cartografia definindo, num globo, um sistema de longitudes e latitudes. Os gregos descobriram a importância dos mapas, pois é a partir deles que se orientam em qualquer parte do globo. A sua cartografia geogáfica alcançou um elevado grau de conhecimento para a época, sendo preservada pelos árabes e perdida pelos europeus na Idade Média. Naquela época, a teoria homérica, considerando o mundo rodeado por um “Okeanus”, desenvolveu-se nos mapas chamados OT (orbis terrarum ou “círculo da terra”) e apresentavam o mundo dividido em três partes (Europa, África e Ásia). Os mapas OT, na Idade Média, obedeciam mais a razões teológicas que geográficas: o “O” era o Oceano e o “T” era a cruz de Cristo. Os mapas OT tornaram-se mais complexos e elaborados, mas mantiveram a perspectiva bíblica, ao situarem Jerusalém no centro do mundo.

A feitura de um mapa, normalmente, começa a partir da redução da superfície da Terra, a uma escala pequena. Só o globo garante uma representação exacta ainda que reduzida. Os mapas podem significar muitas coisas e, não raro, o seu significado muda ao longo dos séculos. Se de início o mapa indicava caminhos lineares, transforma-se depois quando as respectivas direcções já não podem ser seguidas.