Polyvision

A luz policromática ou composta é o resultado da combinação de duas, ou mais cores, como, por exemplo, a luz emitida pelo filamento incandescente da lâmpada ou a luz branca do Sol. A luz emitida pelo Sol é uma luz policromática constituída por um infinito número de cores, as cores do arco-íris.

Visão policromática ou Polyvision foi o nome dado ao formato especial de cinema concebido por Abel Gance, exclusivamente para filmar e projectar o seu filme “Napoleon” (1927), o seu maior projecto de sempre, um filme sobre a vida de Napoleão em seis partes. O filme era uma recriação ao mais ínfimo pormenor. Para além das técnicas surpreendentes para a altura, combinando uma montagem rápida com câmaras levadas ao ombro, utilizando super-posição de imagens e o muito famoso cinema tríptico, que envolvia simultaneamente três projectores para criar um efeito panorâmico, ou onde cada ecrã apresentava uma cena exclusiva, contrastando com três acções simultâneas. A sua configuração é considerada o precursor do Cinerama. O realizador só conseguiu finalizar a primeira parte. A versão original durava 16 horas. O filme foi cortado por diversas vezes pelos distribuidores. A apresentação do sistema Polyvision, só foi utilizado para a bobina final de Napoleão, para criar um clímax final, a projecção em tríptico dos soldados franceses marchando em triunfo está colorida do lado esquerdo e direito, formando a bandeira francesa tricolor. O sistema raramente foi visto em funcionamento devido às dificuldades inerentes de projecção, timing, mudança de bobines e também devido aos problemas de bloqueio do projector. Abel Gance desenvolveu ao longo da sua vida o sistema Polyvision, e em 1956, apresentou um sistema chamado Magirama muito parecido com o formato Cinemiracle. O sistema poucas vezes foi utilizado. Estes problemas só foram resolvidos muito mais tarde com o desenvolvimento do Cinerama.

O Polyvision inspirou as composições de Split Screen experimentadas por Mike Figgis em “Timecode” (2000).