Túnel da Realidade

O ser humano é um ser condicionado. Desde o seu nascimento, ao longo da sua vida e na própria morte, acredita que o mundo em que vive é uma realidade material. Todo o ser humano vive a sua vida com base neste pressuposto, isto porque só conhece o mundo através dos cinco sentidos: visão, tacto, audição, olfacto e paladar. O nosso cérebro interpreta o mundo, criando um modelo dependente do realismo. O cérebro forma os conceitos e estes são a única realidade que conhecemos. A partir das tramas de estimulação da retina percebemos o mundo dos objectos. O que os olhos fazem é alimentar o cérebro com informação codificada sob a forma de actividade neuronal, correntes de impulsos eléctricos que, pelo seu código e pelos padrões da actividade cerebral, representam objectos. Perante a realidade, podemos dizer que um objecto percepcionado é uma hipótese sugerida e testemunhada pelos dados sensoriais. Quando dizemos que vemos, na realidade o que vemos é o efeito dos raios luminosos atingindo os olhos e estes serem convertidos em sinais eléctricos. Transmitidos por neurónios, formam a imagem na parte posterior do cérebro. Todos os cinco sentidos são compreendidos no cérebro através de sinais eléctricos.

O nosso cérebro, durante a nossa vida nunca se confronta com a fonte original da matéria existente, mas apenas com uma cópia eléctrica da mesma. Somos permanentemente iludidos a pensar que estas cópias são instâncias da realidade material. Tudo o que sentimos como matéria, mesmo o mundo e o universo, são apenas imagens formadas no nosso cérebro através de sinais eléctricos. A única realidade é o mundo das percepções. Não é preciso procurar em outro lugar a fonte da ilusão, onde quer que procuremos externamente nós não podemos achar a fonte da ilusão. Porque as ilusões vêm de dentro da mente. As únicas realidades que conhecemos são as que o nosso cérebro fabrica. O cérebro recebe milhões de sinais, e organizamos em projecções holográficas, a que chamamos realidade.

A definição de realidade é estarmos a adquirir dados que convertemos em imagens, de acordo com os nossos próprios sistemas de convicção. Da natureza quântica da luz, o cérebro habilmente, num décimo de segundo, apresente-nos uma interpretação da realidade. Cada pessoa cria o seu próprio túnel de realidade.