Fotografia

Fotografar é deixar a luz desenhar no papel. No romance de ficção científica, "Gyphantie na Babilónia" (1761) Tiphaigne de La Roche (1722-1774) descreve pela primeira vez o funcionamento da fotografia sessenta anos antes do seu surgimento: “O primeiro efeito da tela é o do espelho. Nele vemos todos os corpos próximos e longínquos cujas imagens podem ser trazidas pela luz. Todavia, o que um vidro não poderia fazer fá-lo a tela, que, por meio do seu revestimento viscoso, retém os simulacros.”

O princípio da fotografia foi descoberto por Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833) em 1826. A melhoria do processo continua através das experiências e das pesquisas de Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851). Este processo é apresentado à Academia das Ciências em 1839, data oficial da invenção da fotografia. O “daguerreotype” é atribuído a Daguerre, o, que é de facto uma melhoria do trabalho efectuado por Niépce.

Em 1884, George Eastman (1854-1932) desenvolve a película de celulóide, montada numa pequena máquina com o nome de Kodak, esta inovação precipita também o cinema, bem como a expansão do mundo da fotografia. A fotografia a cores "autochrome", inventado pelos irmãos Louis e Auguste Lumière em 1903 é introduzida no mercado a partir de 1907. A base do processo técnico fotográfico existe para o comum dos cidadãos. Oskar Barnack (1879-1936) construiu o primeiro protótipo da Leica, que foi introduzida no mercado desde 1925. O século XX vê surgir a proliferação da fotografia em todas as áreas da sociedade. Depois da sua invenção praticamente há quase 180, a fotografia tirou partido das mais numerosas inovações técnicas e tecnológicas, nos domínios da óptica, da química, da mecânica, da electricidade, da electrónica e da informática.

A fotografia toma um lugar de destaque a partir do século XIX, devendo-se isso a uma conjuntura que começa a privilegiar o indivíduo em relação com a sociedade de massas. A forma de representação de “si” ou do “outro” implica um posicionamento à identidade e à produção fotográfica do retrato. A representação do mundo foi transformada. Pode-se falar de uma linguagem popular pela possibilidade que ofereceu assim ao público. A fotografia é também um meio de expressão, carregando a assinatura do seu autor, o fotógrafo profissional, cujo objectivo é equivalente a todo o trabalho artístico. A fotografia encontra-se impregnada na civilização visual contemporânea e retrata-a de um modo muito próprio.

Se a fotografia era representativa de autenticidade, agora já não é, a sua facilidade em ser manipulada através da nova média criou um clima de suspeita.