O Palácio de Tóquio

Sabemos que os Museus de Arte Contemporânea, na tentativa de se adaptarem aos novos tempos, têm vindo a reservar, desde os anos noventa, salas para projectos específicos, em geral, encomendados a artistas consagrados O museu não é um receptáculo inerte: o Palácio de Tóquio, em Paris, recentemente inaugurado, é um lugar não formatado, um espaço totalmente disponível para a criação artística. As paredes nuas deixam ver as infra-estruturas, encenação rugosa e de aspecto industrial. Aqui, os convidados são jovens artistas desconhecidos que se podem exprimir ao longo das diversas galerias, criando uma dinâmica interactiva no museu, com conferências e debates, num espírito de rebeldia e experimentação contínuas, a funcionar do meio-dia à meia-noite. No Palácio também é administrado um programa de bolsas e uma escola que funciona nas suas instalações, acolhendo artistas, críticos e historiadores de arte.

A arte, tal como a vida, existe num processo de movimento contínuo. A arte renova-se através do trabalho dos artistas. Daí que as respectivas exposições estejam em permanente construção. A necessidade de realizar exposições dentro de exposições, ou exposições organizadas por artistas, que são exposições laboratório em sistemas complexos e dinâmicos, inicia um processo constante de interrogação.