Civilização Visual

A imagem nunca ocupou tanto as mentes, durante o século XX, isto porque beneficia de um fenómeno muito vasto: o mundo moderno e pós-moderno vê-se solicitado por tudo o que é visual, esta nova civilização iniciada no século XX tem por nome a “civilização da imagem”.

Estamos perante uma civilização visual, “de eventos visuais na qual a informação, sentido ou prazer é pensado pelo consumidor através de um, interface, tecnológico. Tecnologia visual significa a existência de um instrumento que é para ser visto ou para aumentar a visão natural, desde o desenho, da pintura a óleo, à televisão e internet.” Este discurso emergente do consumidor, da tecnologia einterfaces parece ser o nosso mundo presente. A experiência humana é cada vez mais visual e visualizada do que em alguma época anterior.

A civilização visual abre uma janela sobre um mundo inteiro de intertextualidade, na qual as imagens se intersectam umas nas outras, descobrindo diferentes sentidos. Deste modo a civilização visual providencia uma articulação visual de sentidos que se alteram constantemente no campo da visão. No mundo de hoje os sentidos circulam visualmente, as imagens tornam-se informação, prazer, horror, estilo, determinam o consumo e medem as relações de poder. Mediante a civilização visual uma imagem pode ser ligada à sequência de um filme, ou à capa de uma revista, para produzir uma nova narrativa formada através da nossa emoção. As imagens não ficam compartimentadas em campos distintos, como um filme de ficção científica ou de uma pintura barroca, pois nem o olho, nem a nossa psique reconhece esses compartimentos. Em vez disso elas providenciam a oportunidade de encontrar novas relações culturais nos seus cruzamentos, criando um modelo mnemónico. A proliferação massiva de imagens, a crise da informação e a poluição visual do mundo tornam a imagem visual instável, modificando-se conforme a realidade exterior.

A civilização visual dirige a nossa atenção para fora da forma estruturada e formal de ver as coisas, como o cinema, o museu, e leva-nos para uma experiência visual do dia-a-dia. Uma pintura de um qualquer artista pode ser vista numa galeria como num anúncio, ou impressa numa t-shirt. A televisão é consumida como parte da nossa vida doméstica, ela está presente nos aeroportos, hospitais, cafés, consultórios, no metro, na própria rua. Um filme não é só visto na tradicional sala de cinema, mas também em vídeo, pelo canal de cabo, numa viagem de avião. As pessoas criam sentido na experiência do seu dia, desde a fotografia ao DVD ou como uma visita a uma exposição de arte.