Neuroestética

A Neuroestética combina pesquisas e técnicas neurológicas não invasivas de imagem, para explicar e compreender as experiências estéticas ao nível visual. Sabendo que as sensações podem ser derivadas da repetição da activação neuronal, através da estimulação visual, o seu estudo tornou-se pertinente. Para isso é necessário compreender melhor a organização comum do nosso cérebro visual e emocional.

A percepção estética consiste no processamento dos centros visuais do cérebro. Os sinais estão distribuídos em diversas áreas especializadas do cérebro. O cérebro visual consiste então em múltiplos sistemas de processamento, cada um especializado num trabalho, como a cor ou o movimento. Utilizando sistemas não invasivos como a Electroencefalografia (EEG), a Magnetocefalografia (MEG) e fundamentalmente a Imagem de Ressonância Magnética Funcional (fMRI) procura-se a correlação neurológica do julgamento e da criação artística. A abordagem é o registo ao nível neurológico de sujeitos contemplando arte e a exploração da mecânica da visão. Trata-se de uma tentativa de combinar a pesquisa neurológica com a estética, através da utilização de um interface cérebro-computador criando as condições necessárias que permitem verificar, experimentar, o impacto de decisões. Em tal estudo os neurocientistas fariam bem em explorar o que os artistas e as capacidades do cérebro visual com os seus próprios métodos têm a nos dizer.

Estas pesquisas foram iniciadas pelos neurocientistas Semir Zeki e Vilayanur Subramanian Ramachandran entre muitos outros. Estes têm desenvolvido várias hipóteses destinadas a produzir modelos testáveis sobre o papel do sistema visual na produção e apreciação da arte. Os primeiros passos desta investigação é definirem a função do cérebro e da arte. Semir Zeki teoriza que os artistas usam técnicas para criar arte visual para inconscientemente estudar o próprio cérebro, diz-nos que o ver em arte é exemplo da variabilidade do cérebro. Concluindo que os artistas mostraram diferentes níveis de activação do que os não artistas. V.S. Ramachndran, diz-nos que se beleza existe é em grande parte no olho do observador. Esta pode ser uma espécie de regra universal. Os detalhes podem variar de cultura para cultura e podem ser influenciados pela forma, mas não significa que não há mecanismo geneticamente determinado, mas um possível denominador comum subjacente a todas as categorias de arte.

A Neuroestética procura uma teoria credível da experiência artística e humana dos mecanismos neurais que a medeiam. Existe uma crítica à Neuroestética que é reduzir a experiência estética a um conjunto de leis físicas e neurológicas. É questionável que as teorias possam ser capazes de evocar e captar a originalidade da individualidade das obras de arte.