As Sete Irmãs

Uma reunião realizada no castelo de Achnacarry, Escócia em 1928. Três homens: Henry Deterding (1866 -1939) da Royal Dutch Shell (1907), Walter C. Teagle (1878-1962) da Standard Oil Company (1870) fundada por John Rockefeller (1839-1937) e Sir John Cadmanm (1877-1941) que comanda a Anglo-Persian Oil (1908), concluíram: "É hora de explorar, fraternalmente e pelo máximo lucro, os recursos petrolíferos do mundo". E assim foi selado um pacto que dura até aos nossos dias. Após a fragmentação do monopólio da Standard Oil Company (1911), foram criadas trinta e três novas companhias, das quais emergiram: Esso, Texaco, Mobil e Chevron, conjuntamente com a Gulf (1901-1985), Shell e a Anglo-Persian Oil Company, agora conhecida por BP (1954) formaram o Cartel das sete irmãs dominando o mercado petrolífero internacional até os anos setenta.

Após as nacionalizações dos países que detinham as jazidas de petróleo, em 1970 os representantes da Venezuela, Arábia Saudita, Iraque, irão e Kuwait reuniram-se em Bagdad e decidiram formar a OPEP, organização dos países produtores de petróleo. A OPEP detinha 70% das reservas mundiais. Com a sua formação os países produtores de petróleo começaram a tomar o controlo sobre a produção e os preços do mercado.

Actualmente as sete irmãs já não são o que eram. Após as companhias fundirem-se ou perecerem, surgem outras com novas sinergias, no fundo, são as mesmas. A Esso (1911) tornou-se Exxon (1972) e juntou-se a Mobil (1911). A Gulf foi absorvida pela Chevron (1879) que posteriormente fundiu-se com a Texaco (1901). Assim, temos: ExxonMobil (1999), ChevronTexaco (2000), a Shell e BP. Na segunda metade do século XX juntou-se-lhes as francesas, Total (1924) e Elf (1967-2000). A Elf foi sucumbida pela Total em 2000. Na actualidade estas empresas competem com as demais companhias petrolíferas. Apesar de terem perdido o controlo sobre a maior parte das reservas petrolíferas mundiais, nos dias de hoje controlam sectores importantes da refinação e distribuição de produtos derivados de petróleo.

Estas companhias petrolíferas operam praticamente à margem da lei, utilizando as mais diversas técnicas, desde o "aliciamento" e a "compra" dos políticos responsáveis pelos países desenvolvidos. Financiando diversos regimes ditatoriais e movimentos de guerrilha, levando à guerra e ao genocídio, países já marcados pela pobreza e miséria. Subornando, realizando desfalques, fazendo fortuna para os seus executivos e líderes corruptos, ao mesmo tempo, criando miséria e fome nas mais diversas populações. Neste confronto de interesses colossais tudo é válido. A geopolítica mundial gira em torno dos interesses do lobby do petróleo. Os países não têm amigos ou inimigos, só tem interesses comuns. Por toda a parte por onde tem sido descoberto e explorado o petróleo e os incomensuráveis interesses a ele ligados têm deixado um longo rasto de opressão, guerra e morte. Por detrás de cada fortuna existe um crime.