A Estética Fascista

A Estética Totalitária define-se através dos regimes ditatoriais do século XX. É uma arte política, voltada directamente para uma cultura de massas. O Estado Fascista produz as políticas de produção cultural. É a estética da propaganda, sendo vista como uma orientação doutrinária da liberdade de criação. O Fascismo propunha uma nova estética para ser apresentada nos museus. A arte tinha de nascer directamente da população e do seu espírito. Esta nova ideologia tinha de abarcar todos, o objectivo era retirar a arte à elite e devolvê-la ao povo. Espalhar arte e cultura como um evento de escala de massas, como um pacote de turismo cultural. Organizar exposições em diversas fábricas espalhadas pelo país, existindo uma ênfase na educação das pessoas. Nas exposições realizadas no local de trabalho, os preços eram baixos para qualquer indivíduo poder comprar. Os trabalhadores também eram encorajados a escrever as suas impressões e podiam ganhar prémios, como uma obra de arte do regime. Os artistas deviam fazer o seu trabalho nas fábricas, para além de resolverem os problemas artísticos têm de resolver os problemas da vida. Só a arte de um homem simples pode compreender o que é a verdadeira arte. Esta é uma arte que está ao serviço da comunidade. Já existia e continua a existir através de um contínuo processo de trabalho. A arte sempre foi a expressão de uma ideologia e experiência religiosa e, ao mesmo tempo a expressão de uma vontade política.

Boris Groys no seu livro “Art Power” (2008) diz-nos: "A noção de arte (…) é hoje sinónima da noção de mercado de arte.” (…) "para compreender a crítica da mercantilização tendo como principal objectivo ou até como o único objectivo a arte contemporânea, serve só para reafirmar a força total do mercado de arte - mesmo que esta reafirmação assuma uma forma de crítica." A arte sempre tentou capturar o poder mais absoluto e é assim que interage com a sociedade. Hoje, o poder absoluto existe no conceito de negociação e do capital, o modelo de mercado tornou-se o dominante e a obra de arte meramente uma mercadoria. A arte contemporânea tornou-se um mundo plural onde reina uma suposta igualdade de direitos estéticos. Esta pluralidade é sinónima de liberdade e essa dita liberdade é deixar-se render à evidência que tudo e todos são objectos passíveis de serem comercializados. O modelo do artista rebelde que rejeita as normas do mundo burguês e insistentemente advoga uma arte individual e revolucionária, perante a pluralidade libertária, desapareceu. O modo de ser artista contemporâneo é pertencer ao regime do capital.