Cérebro In-Vitro

Um cérebro vivo, significa um cérebro isolado “in-vitro”, sobrevivendo através de um substituto do sangue, muitas vezes através de uma solução oxigenada contendo vários sais, ou submergindo o cérebro num ambiente aquoso e oxigenado. O cérebro é desta forma mantido artificialmente. Neste caso não existe transplante da cabeça para outro corpo, mas sim unicamente a manutenção do cérebro. Já foi testado, em animais a manutenção de cérebros vivos “in-vitro” por horas e em alguns casos por dias. O sistema central nervoso dos animais invertebrados é mantido simplesmente com pouco oxigénio, sem haver perfuração. Os cérebros dos mamíferos, por outro lado precisa ser perfurado e alimentado com sangue artificial. A pesquisa realizada desde o século XIX inicia-se com Julien Jean César Le Gallois (1770-1840) em 1812, propondo o ressuscitar de cabeças decepadas através de transfusão de sangue. A partir daqui foi uma profusão de experiências mais ou menos controversas e histórias do moderno Prometeu, isto é “Frankstein” (1818) de Mary Shelley (1797-1851).

“Donovan´s Brain”(1953) realizado por Felix E. Feist é uma adaptação feita pelo próprio autor Curt Siodmak, do seu romance com o mesmo título. Ainda teve mais duas adaptações, uma anterior “The Lady and the Monster” (1944) dirigido por George Sherman e uma posterior “The Brain” (1962) por Freddie Francis. A sinopse conta a história da tentativa de manter um cérebro vivo, de um multimilionário megalómano acusado de evasão fiscal. Após um acidente de avião, morre e o seu cérebro é removido na tentativa de o salvar. É colocado numa solução salina e carregado electricamente. A partir daqui o cérebro vivo e de boa saúde vai gradualmente controlando telepaticamente o cientista.

“The Men without a Body” (1957) dirigido por Charles Saunders e W. Lee Wilder. É a história de um homem de negócios, bastante rico e afortunado, que descobre que tem um tumor no cérebro. Desesperado, procura na medicina uma possível salvação, acabando por encontrar um cientista que realiza transplantes de cabeças de macaco pondo-as em diferentes corpos de animais. É ainda muito experimental, mas o homem decide contratá-lo para trocar o seu cérebro pelo de Nostradamus (1503-1566). A ideia louca é que o recipiente do transplante está imbuído da sua experiência de vida, a do homem de negócios. Intelecto, personalidade e ego, manter-se-iam intactos, mesmo tendo o cérebro de Nostradamus. Pretende alargar deste modo a sua vida, com a capacidade de antever bons negócios.

”The Brain that wouldn´t Die” (1962), realizado por Joseph Green narra mais uma vez a mesma história, mas desta vez é após um acidente de carro, em que a cabeça da namorada de um médico é decapitada. O médico e cientista salva-a e a sua cabeça é mantida viva. O cientista desespera por encontrar um novo corpo para a sua amante, mas esta deseja unicamente morrer.

“The Frozen Dead”(1967) escrito e realizado por Herbert J. Leder. O enredo era deveras diabólico: um cientista dedicado à causa nazi, mantinha vivas as cabeças dos criminosos de guerra alemães. O seu objectivo era encontrar corpos que fossem apropriados para colocar as suas cabeças e deste modo reviver o regime do Terceiro Reich.