Drimys angustifolia

Nomes popularesCataia-de-folha-estreita, casca-d'anta, casca-de-canta, cataiaNome científicoDrimys angustifolia MiersSinônimosFamíliaWinteraceaeTipoNativa, endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvores ou arbustos 2–8 m alt. Folhas eretas, pecíolos 8–10 mm compr., levemente falcadas a falcadas, oblanceoladas, glabras, 3,5–10,7 × 0,7–2,3 cm, ápice acuminado, base estreito-cuneada, áreas estomáticas geralmente visíveis sob estereomicroscópio. Inflorescências 1(–2)-floras. Flores 1,9–2,9 cm diâm. na fase feminina; 19,6–26,7 mm diâm. na fase masculina. Sépalas 2(–3), 3,9–5,7 × 2,5–5,6 mm na fase feminina; 4–6 × 2,9–6,1 mm na fase masculina. Pétalas (8–)9–12(–13), 7,4–13,5 × 2–3,6 mm na fase feminina; 8,6–13,5 × 1,6–4,6 mm na fase masculina. Estames (19–)22–24(–26), em 2–3(–4) séries, filetes 1,1–2 × 0,7–1 mm na fase feminina, 1,4–2,4 × 0,6–1 mm na fase masculina. Carpelos (2–)4–5, estigma lateral, 1,7–2,4 × 0,8–1,2 mm na fase feminina, 1,6–2,5 × 0,9–1,3 mm na fase masculina; óvulos (5–)6–9(–11) por carpelo. Frutos agregados com carpídeos verdes, intensamente maculados de atro-vináceo quando maduros, 5–10 × 4–8 mm. Sementes 1–4(–8) por carpídeo, 2,1–3,8 × 1,2–3,2 mm (HERTZOG, 2016).CaracterísticaEssa espécie apresenta folhas eretas, mostrando mais a face abaxial acinzentada, o que, frequentemente, confere um aspecto acinzentado à planta, como um todo. Esse caráter é bastante útil para diferenciar as plantas em campo, quando estéreis (HERTZOG, 2016).Floração / frutificaçãoPode ser encontrada com flores nos meses de julho a novembro com pico de floração em setembro e com frutos de novembro a janeiro (HERTZOG, 2016).DispersãoHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Mata AtlânticaTipo de Vegetação Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (WINTERACEAE, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaInjúriaComentáriosBibliografiaHERTZOG, A.; PELLEGRINI, M.O.O.; SANTOS-SILVA, F. Winteraceae do Rio Grande do Sul, Brasil. Rodriguésia 67(1): 251-260. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rod/v67n1/0370-6583-rod-67-01-00251.pdf>.WINTERACEAE in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB15324>. Acesso em: 11 Nov. 2019

Drimys brasiliensis

Nomes popularesCasca-de-anta, cataia, pau-pra-tudo, canela-amarga, capororoca-picante, melamboNome científicoDrimys brasiliensis MiersSinônimosDrimys angustifolia MiersDrimys granadensis var. axilaris A. St.-HilDrimys ledifolia Eichler Drimys montana (A. St.-Hil.) MiersDrimys retorta MiersDrimys winteri fo. angustifolia (Miers) EichlerDrimys winteri fo. revoluta EichlerFamíliaWinteraceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvores ou arbustos 1–12 m alt. Folhas patentes a pêndulas, pecíolos 5–30 mm compr., levemente falcadas a falcadas, obovadas a oblanceoladas, glabras, 4,2–12,3 × 1,7–4,2 cm, ápice agudo a obtuso, base cuneada, áreas estomáticas raramente visíveis sob estereomicroscópio. Inflorescências multifloras. Flores 17,8–23,1 mm diâm. na fase feminina, 25,7–36,4 mm diâm. na fase masculina. Sépalas 2(–3), 4,2–6,3 × 3–7 mm na fase feminina; 4,5–6,4 × 4,1–7 mm na fase masculina. Pétalas (8–)9–15(–17), 9,1–14 × 2,1–5,2 mm na fase feminina, 1,1–1,8 × 0,2–0,5 cm na fase masculina. Estames (20–)22–29(–33), em 2–3(–4) séries, filetes 1–2,2 × 0,4–1,1 mm na fase feminina e 1,4–3,1 × 0,7–1 mm na fase masculina. Carpelos (3–)4–6(–8), estigma lateral, 1,1–2,5 × 0,7–1,3 mm na fase feminina, 1,4–2,6 × 0,8–1,2 mm na fase masculina; óvulos (5–)6–10(–11) por carpelo. Frutos agregados com carpídeos vináceos quando maduros, 6–12 × 4–8 mm. Sementes (1–) 3–10(–12) por carpídeo, 2,2–4,4 × 1,3–3,8 mm (HERTZOG, 2016).CaracterísticaEssa espécie apresenta folhas patentes a pêndulas, evidenciando com mais clareza a face adaxial de coloração verde-escuro, dando a planta um aspecto mais escuro do que as plantas de D. angustifolia (HERTZOG, 2016).Floração / frutificaçãoDrimys brasiliensis pode ser encontrada com flores durante quase todo o ano, sendo a ausência de flores observada somente no mês de junho. Possui dois picos de floração, sendo o primeiro de janeiro a fevereiro e o segundo de julho a setembro. No entanto, a produção de frutos é intermitente nos meses de outubro a fevereiro (HERTZOG, 2016).DispersãoZoocóricaHabitatPlanta perenifólia, heliófila, seletiva higrófita. Prefere lugares úmidos bem como terrenos altos e secos. Distribuição geográficaDistribuição GeográficaOcorrências confirmadas:Nordeste (Bahia)Centro-Oeste (Distrito Federal)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Caatinga, Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (WINTERACEAE, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaProduz um produto bioquímico chamado “drimanial”, que possui ação efetiva no combate à enxaqueca causada pelo glutamato monosódico, além apresentar poucos efeitos colaterais.FitoterapiaO chá da casca é um poderoso estimulante contra desgaste físico e mental, também para retenção, escassez de urina e nas disenterias, além de atuar contra a prisão de ventre e diarréias. O uso mais comum, no entanto, é no tratamento das hemorróidas, em banhos ou clisteres. As cascas e folhas são também recomendadas como aromáticas, febrífugas, tônicas, e para combater as congestões cerebrais, paralisias, blenorragias, erisipelas, afecções das vias urinárias, vermes, inapetência e febre. Antigamente era muito utilizada contra o escorbuto, como estimulante, estomáquico, e nas dispepsias, cólicas, boca amarga, gastralgia e insônia.FitoeconomiaPossui boas características para uso ornamental em arborização urbana. No Estado do Paraná, a casca desta espécie é tradicionalmente adicionada à cachaça, sendo chamada de cachaça de cataia ou licor de cataia. Pode ser utilizada como condimento para carnes. A casca após seca pode ser moída e o pó utilizado como sucedâneo da pimenta-do-reino. A madeira é de boa qualidade e era utilizada em obras internas, em caixilhos e em caixotaria.InjúriaComentáriosProduz anualmente grande quantidade de sementes. Espécie presente na Farmacopéia Brasileira, primeira edição (1926). Na língua Guarani é chamada de yraro.BibliografiaCatálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 1 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 875 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol1.pdf>.DIAS, J.; COSTA, L. D. Sugestões de Espécies Arbóreas Nativas Ocorrentes no Sul do Estado do Paraná Para Fins Ornamentais. FAFIUV / 2008, Seção de Artigos. ISSN 1809-0559. Curitiba, Paraná, 2008. 28p. Disponível em: <http://www.ieps.org.br/ARTIGOS-BIOLOGIA.pdf>.FLORA ARBÓREA e Arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. Organizado por Marcos Sobral e João André Jarenkow. RiMa: Novo Ambiente. São Carlos, 2006. 349p. il.FONSECA, E. T. Indicador de Madeiras e Plantas Úteis do Brasil. Officinas Graphicas VILLAS-BOAS e C. Rio de Janeiro, 1922. 368 p. 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