Guadua trinii

Nomes popularesTaquaruçú, taquara, taquara-de-espinhoNome científicoGuadua trinii (Nees) Nees ex Rupr.CSinônimosBambusa trinii NeesFamíliaPoaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoBambu, colmo inclinado 3-10 m compr., 3-5(-7) cm diâm., armado; entrenó semicilíndrico, oco com pequeno lúmen, tomentoso a escabro; folha do colmo, bainha decídua, aurícula raramente presente, lígula interna reta, lâmina inconspícua; complemento de ramo; bainha pubescente; fímbria 1,7-4 mm, 6-7 em cada margem; aurícula ausente; pseudopecíolo 1-2 mm, pubescente a tomentoso; lâmina lanceolada com ápice acuminada, 5-15 x 1,5-3 cm, pubescente, tesselada, 7-10 nervada; inflorescência bractífera, escassa, laxa, subintendida por bráctea glumácea com gema axilar na base da espigueta, profilado; espigueta fértil séssil, 6-8 antécios férteis com antécio apical rudimentar, espigueta lanceolada, lateralmente comprimida, 20-30 mm compr., desarticulando abaixo de cada antécio fértil, entrenó de raquila obscura pelos lemas; lema estéril (glumas) diversas, persistente mais curta que a espigueta, superior oval, coriácea sem quilha, 11-17 nervada, superior ápice agudo; antécio fértil, lema oval 10 mm compr., sem quilha, 11-17 nervado, lema ápice agudo, palea com quilha conspicuamente alada, antécio apical estéril; lodículas 3, nervadas; anteras 6; estigmas 3; fruto cariopse com pericarpo aderente (GUADUA, 2020).CaracterísticaPode ser identificada pelos entrenós dos colmos principais geralmente rugosos a escabros, pubescentes, de cor verde-acinzentada homogênea e pelos colmos com 3 a 7 cm de diâmetro, eretos na base, arqueados e apoiantes na parte superior. Distingue-se de Guadua tagoara pelos entrenós dos colmos principais rugosos a escabros, pubescentes, de cor verdeacinzentada, pela presença de aurículas nas bainhas das folhas dos ramos, e pelos pseudopecíolos das folhas dos ramos com tricomas alvos de 0,1-1,0 mm, densos.(SCHMIDT, 2009, p. 89).Floração / frutificaçãoDispersãoHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Sudeste (Minas Gerais, São Paulo)Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Mista (GUADUA, 2020).EtimologiaNa língua Guarani é chamada de pekuru e takuarutchu, devivando daí a adaptação taquaruçú da língua portuguesa. Taquaruçú na língua Guarani significa “taquara grande”, com colmos robustos.PropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaÉ utilizada apenas regionalmente para a fabricação de artesanato e artefatos rústicos. Os índios de várias etnias do sul do Brasil e outros países sul-americanos utilizam-se desta espécie para a fabricação de cestos e outros utensílios domésticos.InjúriaComentáriosG. trinii ocorre no sul do Brasil, Uruguai e Argentina. Cresce na Floresta Atlântica formando densas moitas sempre impenetráveis (Parodi 1936). Cresce vegetativamente por cerca de 30 anos e floresce por dois anos seguido de sua morte (Parodi 1955) (GUADUA, 2020).BibliografiaFILGUEIRAS, T. S. SANTOS-GONÇALVES, A. P. Tupi-Guarani: Fonte de Informações Sobre Bambus Nativos do Brasil. Heringeriana, Brasília, v. 1, n. 1, p. 35-41, jul./2007. Disponível em: <http://www.bambusc.org.br/wp-content/uploads/2009/06/tupy_guarani_fonte-de-informacoes-sobre-bambus-nativos-no-brasil_tarcisofilgueiras.pdf>.GUADUA in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB13254>. Acesso em: 07 Jan. 2020KELLER, H. A. Plantas Textiles de los Guanaríes de Misiones, Argentina. Bonplandia 18(1): 29-37. 2009. Disponível em: <http://ibone.unne.edu.ar/bonplandia/public/18_1/29_37.pdf>.OLIVEIRA, D. Nhanderukueri Ka’aguy Rupa – As Florestas que Pertencem aos Deuses. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2009. 182p. il. Disponível em: <http://www.pluridoc.com/Site/FrontOffice/default.aspx?Module=Files/FileDescription&ID=4402&lang=>.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.SCHMIDT, R.; LONGHI-WAGNER, H. M. A Tribo Bambuseae (Poaceae, Bambusoideae) no Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Bras. De Bioci., Porto Alegre, v. 7, n. 1, p. 71-128, jan./mar. 2009. Disponível em: <http://www6.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.php/rbb/article/viewFile/1040/847>.