Sorocea bonplandii

Nomes popularesCincho, araçari, bainha-de-espada, canxim, canxim-mirim, capicirica, carapirica-de-folha-miúda, cega-olho, chincho, corutu, erva-cancrosa, espinheira-santa, espinheira-santa-falsa, falsa-espinheira-santa, folha-da-serra, guaricica, laranjeira-do-mato, leiteiro, maria-mole, resple, sincho, sorocaba, soroco, sororocoNome científicoSorocea bonplandii (Baill.) W. C. Burger, Lanjow & Wess. Boer SinônimosPseudosorocea bonplandii Baill.Sorocea ilicifolia Miq.FamíliaMoraceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoÁrvores ou arbustos 2-10(-16) m alt.; látex branco, ralo a espesso; ramos glabros a pubérulos, tricomas alvos. Estípulas 3-7(-9) mm compr., pubérulas a pubescentes. Lâminas (5-)7-14(-17) x (1,5-)2-4 cm, elíptico-lanceoladas, cartáceas a coriáceas, ápice agudo, longo-acuminado, base aguda, assimétrica, margem espinuloso-dentada ou ao menos na porção superior, espinho 1-2 mm compr., face adaxial glabra, face abaxial glabra a pubérula ou esparsamente hirsuta; 8-12 pares de nervuras secundárias, nervuras terciárias escaliformes; pecíolos 3-10 mm compr., hirsutos a pubescentes. Inflorescências estaminadas (0,7-)1-3 cm compr.; pedúnculos 2-5 mm compr., pubérulos a pubescentes. Flores estaminadas 10-18(-35) por inflorescência,tépalas 1-2 mm compr., pubérulas a pubescentes, completamente abertas na ântese; filetes conatos na base; pedicelo 1-2 mm compr. Inflorescências pistiladas 1-4(-9) cm compr.; pedúnculos 0,5-2 cm compr., pubérulos. Flores pistiladas 6-15 por inflorescência, perianto com porção superior e inferior indistintas, lisa; estilete 3-4 mm compr., estigma inflexo, delgado, glabro a pubérulo; pedicelo 1-3 mm compr., pubérulo. Drupas elípticas, lisas, glabrescentes a pubérulas. Sementes globosas a elípticas, testa reticulada (SANTOS, 2012).CaracterísticaEspécie com látex e sem estípulas, caracteres que a diferenciam das espécies semelhantes como Zollernia e Maytenus.Floração / frutificaçãoJulho a setembro e novembro a dezembro.DispersãoZoocóricaHabitatEspécie primária ou secundária tardia, esciófita, higrófila.Ocorrências confirmadas:Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Cerrado, Mata Atlântica, PantanalTipo de Vegetação Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (ROMANIUC NETO, 2010).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaSoroceína, flavonóides, possui também atividade antiulcerogênica.FitoterapiaO látex desta espécie, apesar de ser também cáustico, anula o efeito do látex cáustico do “Mata-olho” (Pachystroma ilicifolium Muell. Arg.), deve ser utilizado apenas externamente. Na medicina popular a infusão é utilizada contra dores de estômago, e dados etnofarmacológicos incluem o uso da espécie no tratamento de úlceras. Também há registros de uso no combate à hipertensão e no tratamento de doenças venéreas.FitoeconomiaA madeira, de boa qualidade, pode ser utilizada para caixotaria, carpintaria e obras internas. Espécie útil para recuperação de áreas degradadas. Pode ser utilizada também para a fabricação de cestos, cabos de ferramentas, balaios e arcos de peneira. Os frutos, pequenos mas de polpa carnosa, são comestíveis e muito saborosos. Os índios Guaranis da Argentina utilizam-se da madeira desta espécie para a confecção de instrumentos musicais de corda, pois sua madeira é flexível e fácil de trabalhar.InjúriaO látex é cáustico.ComentáriosBibliografiaALVES, E. O. et al. Levantamento Etnobotânico e Caracterização de Plantas Medicinais em Fragmentos Florestais de Dourados – MS. Ciênc. Agrotec. Lavras, v. 32, n. 2, p. 651-658, mar./abr., 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cagro/v32n2/48.pdf>.Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.DI STASI, L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. Editora UNESP. 2. ed. São Paulo, 2002. 592P. il. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/up000036.pdf>.FLORA ARBÓREA e Arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. Organizado por Marcos Sobral e João André Jarenkow. RiMa: Novo Ambiente. São Carlos, 2006. 349p. il.KELLER, H. A. Plantas Usadas por los Guaraníes de Misiones (Argentina) Para la Fabricación y el Acondicionamiento de Instrumentos Musicales. Darwiniana 48(1): 7-16. 2010. Disponível em: <http://www2.darwin.edu.ar/Publicaciones/Darwiniana/Vol48(1)/7-16.Keller.pdf>.KINUPP, V. F. Plantas Alimentícias Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. 590p. il. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12870>.LOPES, S. B.; GONÇALVES, L. Elementos Para Aplicação Prática das Árvores Nativas do Sul do Brasil na Conservação da Biodiversidade. Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul, 2006. 18p. Disponível em: <http://www.fzb.rs.gov.br/jardimbotanico/downloads/paper_tabela_aplicacao_arvores_rs.pdf>.MENTZ, L. A.; LUTZEMBERGER, L. C.; SCHENKEL, E. P. Da Flora Medicinal do Rio Grande do Sul: Notas Sobre a Obra de D’ÁVILA (1910). Caderno de Farmácia, v. 13, n. 1, p.25-48, 1997. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/farmacia/cadfar/v13n1/pdf/CdF_v13_n1_p25_48_1997.pdf>.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.RODRIGUES, W. F. et al. Espécies Arbóreas da Serra do Tapes: Um Resgate Etnobotânico. EMBRAPA Clima Temperado. Pelotas, 2007. 68p. il. Disponível em: <http://www.cpact.embrapa.br/publicacoes/download/documentos/documento_190.pdf>.SOROCEA in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB31440>. Acesso em: 22 Nov. 2019ZUCHIWSCHI, E. Florestas Nativas na Agricultura Familiar de Anchieta, Oeste de Santa Catarina: Conhecimentos, Usos e Importância; UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2008. 193p. il. Disponível em: <http://www.tede.ufsc.br/tedesimplificado/tde_arquivos/44/TDE-2008-06-17T142512Z-287/Publico/dissertacao_Elaine.pdf>.