Sauroglossum elatum

Nomes popularesOrquídea-terrestreNome científicoSauroglossum elatum Lindl.SinônimosCyclopogon procerus Regnell ex Barb.Rodr.Sauroglossum odoratum RobatschSauroglossum organense Szlach.Spiranthes excelsa Kraenzl.Spiranthes pachychila Kraenzl.Spiranthes sauroglossum G.NicholsonFamíliaOrchidaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoTerrícola, ca. 105 cm alt. Crescimento simpodial. Raízes tuberiformes. Rizoma inconspícuo. Caule inconspícuo, não intumescido em pseudobulbo. Folhas rosuladas, suberetas, membranáceas, verdes, oblanceoladas, 30–36 × 5,8–7,2 cm, base longamente atenuada, ápice agudo. Inflorescência terminal, em racemo, subcongesta, pubescente, multiflora; pedúnculo ca. 70 cm compr.; brácteas do pedúnculo amplectivas, eretas, estreito-elípticas a lanceoladas, 2–9,5 × 0,4–1,8 cm, ápice agudo; raque ca. 30 cm compr.; brácteas florais lanceoladas, 6–12 × 1,5–4 mm, ápice longamente acuminado. Flores alvo-esverdeadas, externamente pubescentes, ressupinadas, pediceladas, ecalcaradas; sépala dorsal oblanceolada, ca. 8 × 2,5 mm, ápice obtuso; sépalas laterais adnatas ao pé da coluna, ligeiramente coalescentes e infladas na base, formando pequeno mento, oblanceoladas, falcadas, ca. 11 × 2,5 mm, ápice obtuso; pétalas aderidas à sépala dorsal, estreito-oblanceoladas, falcadas, ca. 7,5 × 1 mm, ápice obtuso; labelo unguiculado, dividido em hipoquílio e epiquílio, âmbito oblongo, ca. 9 × 4 mm, par de glândulas nectaríferas em aurículas, na base do labelo; hipoquílio oblongo, ca. 5 × 2 mm, margens inteiras, aderidas ao ginostêmio; epiquílio suborbicular, ca. 4 × 4 mm, ápice truncado, margem levemente ondulada, a porção apical do epiquílio apresenta uma sutil constrição. Ginostêmio ca. 6 mm compr.; base projetada em pé, ca. 4 mm compr.; rostelo membranáceo; antera dorsal, ereta; grãos de pólen aglutinados em polínias. Polínias 2, farinosas, providas apenas de viscídio. Ovário + pedicelo ca. 1 cm compr., ovário piloso; zona de abscisão entre pedicelo e ovário ausente. Fruto não visto (VIEIRA, 2017).CaracterísticaDifere das demais espécies na SOB pelo hábito terrícola, folhas bem desenvolvidas (ca. 30–36 cm compr.), oblanceoladas, apresentando base longamente atenuada, com inflorescências também bem desenvolvidas (ca. 1 m compr.). As flores são alvo-esverdeadas e o labelo é inteiro. Há um erro de identificação comumente encontrado nos herbários, principalmente do Sul e sudeste brasileiros, em que espécimes de S. elatum são identificados como S. nitidum (Vell.) Schltr., provavelmente relacionado ao fato de Pabts & Dungs (1975) terem reconhecido S. nitidum como a única espécie do gênero para o país. Esse nome foi originalmente descrito pelo Padre José M.C. Velloso, na “Flora Fluminensis”, como Serapias nitida Vell. e, posteriormente, transferido para Sauroglossum por Schlechter (1920). Recentemente, Fraga et al. (2015) elucidaram que a espécie originalmente descrita por Velloso na realidade pertence ao gênero Buchtienia Schltr. Dessa maneira, S. elatum é uma espécie bem distribuída, principalmente, pelas regiões Sul e Sudeste, enquanto B. nitida (Vell.) Fraga & Meneguzzo é, por hora, tratada como uma espécie endêmica do sul do Rio de Janeiro. Morfologicamente estas duas espécies podem ser distinguidas pelo ápice das pétalas (obtuso em S. elatum e apiculado em B. nitida) e forma do labelo (inteiro em S. elatum e trilobado em B. nitida). (VIEIRA, 2017).Floração / frutificaçãoFoi encontrada florida em agosto (VIEIRA, 2017).DispersãoHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Nordeste (Bahia)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (MENEGUZZO, 2020).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaInjúriaComentáriosBibliografiaMENEGUZZO, T.E.C. Sauroglossum in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB69656>. Acesso em: 07 jul. 2020.VIEIRA, T.L.; BARROS. F. Orchidaceae na Serra do Ouro Branco, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 68(2): 691-747. 2017. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/rod/v68n2/2175-7860-rod-68-02-0691.pdf>.