Cissus sulcicaulis

Nomes popularesUva-do-matoNome científicoCissus sulcicaulis (Baker) Planch.SinônimosFamíliaVitaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoTrepadeira herbácea, preensil; gavinha simples ou bífida, oposta a folha. Ramos cilíndricos, alados. Folhas alternas, 3 folioladas; folíolos 4,5‑9 × 3-8,5, sésseis; terminal rombóide, pubérulos, laterais assimétricos; face adaxial pubescente-glandulosa; face abaxial glabra a pubérula; venação actinódroma; estípulas deltóides; pecíolo 3,7‑15,6 cm compr. Inflorescências em umbelas, 20-30 flores; flores monóclinas, verde-amareladas, cálice pubérulo, base lobada; corola glabra. Bagas globosas, 3‑4 mm diâm. (VILLAGRA, 2011).CaracterísticaFloração / frutificaçãoDispersãoHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre, Tocantins)Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata AtlânticaTipo de Vegetação Área Antrópica, Caatinga (stricto sensu), Cerrado (lato sensu), Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos) (VITACEAE, 2019).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaFitoeconomiaInjúriaComentáriosBibliografiaVILLAGRA, B. L. P.; NETO, S. R. Plantas trepadeiras do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (São Paulo, Brasil). Hoehnea 38(3): 325-384, 46 fig., 2011.VITACEAE in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB15267>. Acesso em: 11 Nov. 2019

Cissus verticillata

Nomes popularesUva-do-mato, anil-trepador, diabetil, cipó-anil, cipó-pucá, cortina-japonesa, insulina, insulina-vegetal, parreira-brava, quebra-barreira, tinta-de-gentio, uva-brava, uva-do-mato, uvinha-do-matoNome científicoCissus verticillata (L.) Nicolson & C. E. JarvisSinônimosCissus sicyoides L.Cissus verticillatum (L.) Nicolson & C. E. JarvisVitis sicyoides L.Viscum verticillatum L.FamíliaVitaceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoTrepadeira herbácea, estendendo-se através de gavinhas, atingindo até 10 m de comprimento. Caule carnoso, com abundante látex aquoso, cilíndrico quando jovem, aplainado quando maduro, atingindo até 5 cm de diâmetro, com nós inchados. Folhas alternas, coriáceas, ovadas, 5-12 x 3,8-6,5 cm, ápice agudo ou arredondado, base cordiforme, margens revolutas, denticuladas; face adaxial verde, lustrosa; face abaxial verde, opaca, com venação proeminente; pecíolos 2-5 cm compr., sulcados; estípulas 2,5-3,5 mm compr. auriculadas; gavinhas opostas às folhas, simples ou bifurcadas, com até 25 cm compr. torcidas em forma de espiral. Inflorescências em cimeiras compostas opostas às folhas; pedicelos ca. 3 mm compr., verde-amarelados ou avermelhados. Cálice verde-amarelado ou rosa, oblongo-lanceolado, 2-2,5 mm compr. decíduo; disco anular, amarelo, 0,5-0,8 mm altura. Fruto globoso, carnoso, 0,7-1 cm diâm., lustroso, violeta-escuro ou negro, com uma ou duas sementes inclusas. “Muitas espécies de Cissus (C. erosa, C. trifoliata, e C. verticillata) são afetadas pelos fungos parasitas Mycosyrinx cissi (Poiret) G. Beck, o que faz com que as inflorescências desenvolvam-se de forma monstruosa, produzindo numerosas ramificações estéreis. Estas inflorescências deformadas assemelham-se a plantas parasitadas das famílias Loranthaceae ou Viscaceae. Por esta razão, o nome C. verticillata foi restabelecido ao já conhecido nome de C. sicyoides. Acontece que esta espécie foi descrita primeiramente por Linnaeus, que baseou-se nestas inflorescências deformadas, sob o nome de Viscum verticillatum. Este basionômio, no entanto, tem prioridade sobre Cissus sicyoides, uma vez que é mais antigo, e, por isso, tem substituído Cissus sicyoides. (ACEVEDO-RODRÍGUEZ, 2005, p. 401).CaracterísticaPossui como características as gavinhas opostas às folhas, estípulas na base do pecíolo geralmente decíduas, margem foliar com apículos provindos das nervuras secundárias ou terciárias e ápice acuminado.Floração / frutificaçãoDispersãoZoocóricaHabitatOcorre geralmente em clareiras e bordas de mata.Distribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, PantanalTipo de Vegetação Área Antrópica, Caatinga (stricto sensu), Campo de Altitude, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Igapó, Floresta de Terra Firme, Floresta de Várzea, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Perenifólia, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista, Palmeiral, Restinga, Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos (LOMBARDI, 2010).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFlavonóides: canferol 3-alfa-ramínosideo e quercitina 3-alfa-ramínosideo.FitoterapiaNa medicina caseira, possui aplicações medicinais, sendo recomendada para problemas respiratórios, hepáticos, renais, e de ovários e para a epilepsia. As folhas amassadas servem para furúnculos, enquanto que as folhas aquecidas são utilizadas em abcessos e gânglios inflamados. Possui ainda propriedade sudorífica, hipotensora, preventiva de derrame, antiinflamatória, anti-reumática, estomáquica e anti-hemorroidária. Na medicina caseira, é chamada popularmente de insulina, devido às supostas qualidades antidiabéticas, no entanto, testes em animais de laboratório “sugerem que o extrato desta planta aumenta o grau de intolerância à glicose, sugerindo um efeito diabetogênico, e não antidiabético, como acredita a população usuária desta planta” (BELTRAME, 2001).FitoeconomiaPlanta ocasionalmente utilizada como ornamental. Os caules fornecem água potável. Os frutos são comestíveis in natura, tendo um aroma forte, principalmente quando as sementes são mastigadas, a exemplo de algumas variedades de uvas; ou podem ser utilizados para o fabrico de geléias, licores ou vinho. Também existem citações na literatura sobre o consumo humano dos tubérculos desta espécie nos tempos antigos, sendo, no entanto, necessárias 3 a 4 fervuras dos tubérculos para extrair os princípios tóxicos e amargos dos mesmos.InjúriaComentáriosÉ necessária a quebra de dormência das sementes para que ocorra a germinação, para isso basta fazer uma incisão na semente com algum objeto pontiagudo, desta forma, a taxa de germinação ultrapassa os 75%.BibliografiaACEVEDO-RODRÍGUEZ, P. Vines and Climbing Plants of Puerto Rico and the Virgin Islands. Smithsonian Institution. Contributions from the United States National Herbarium. Volume 51: 1-483. 2005. Disponível em: <http://botany.si.edu/antilles/PRFlora/vines.html>.BELTRAME, F. L. et al. Estudo Fitoquímico e Avaliação do Potencial Antidiabético do Cissus sicyoides L. (Vitaceae). Quím. Nova, vol. 24, n. 6, 783-785. 2001. Disponível em: <http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2001/vol24n6/13.pdf>.Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil, volume 2 / [organização Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.HIERONYMUS, J. Flora Argentinae. Litografia, Imprenta Y Encuadernacion de Guillerme Kraft. Buenos Aires, 1882. Disponível em: <http://www.archive.org/details/plantaediaphoric00hier>.KINUPP, V. F. Plantas Alimentícias Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. 590p. il. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12870>.PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. 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Composição Florística da Comunidade de Lianas Lenhosas em Duas Formações Florestais do Estado de São Paulo. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”; Universidade de São Paulo. Piracicaba, 2004. 125p. il. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-04102007-113425/>.VITACEAE in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB15267>. Acesso em: 11 Nov. 2019