Ageratum conyzoides

Nomes popularesMentrasto, camará-opela, catinga-de-bode, catinga-de-borrão, celestina, erva-de-santa-luzia, erva-de-são-joão, maria-preta, picão-roxoNome científicoAgeratum conyzoides L.SinônimosAgeratum conyzoides L. subsp. conyzoidesFamíliaAsteraceaeTipoNativa, não endêmica do Brasil.DescriçãoDe cheiro rançoso. Ervas ou subarbustos anuais ou perenes de curta duração, eretas ou se ramificando até 1.5m, moderadamente ramificadas; raízes fibrosas e adventícias; ramos lisos e cilíndricos, densamente hirsutos com pelos longos que se espalham, de grandes células, alguns glandulares misturados com pubescência de esparso a muitos tricomas menores; folhas 2-10 x 1.5-7 cm, opostas, membranáceas, pecíolos hirsutos de até 0.50 cm com tricomas glandulares, lâmina ovada ou oblanceolada, fortemente trinérvea da base, face adaxial escassamente longo-pilosa, abaxial levemente mais pálida, com pontos glandulares sésseis reluzentes e escassamente pilosa nas nervuras, base truncada, arredondada a obtusa, margens normalmente crenadas a crenado-serreadas, ápice agudo curto a obtuso; capitulescências cimosas a subcimosas ou corimbiformes compactas, com alguns grupos de capítulos congestos, com ramos em sua maioria alternos; capítulos 3-4.5mm, pedicelos 5-20mm, setosos, com tricomas glandulares, com bractéolas lanceoladas a linear-lanceoladas; invólucro hemisférico ou às vezes levemente campanulado, c. 50-100 flores; filárias 25-40, bisseriadas, maioria 3-4 x 1mm, oblongo-lanceoladas, estreitamente bicostadas com margens escabras, ápice fortemente subaristado, agudo ou abruptamente acuminados, as vezes arroxeado, piloso com poucos tricomas longos, (a)glandulares; receptáculo cônico sem páleas; corolas brancas, azuis ou malva ,c. 1.7-2 mm com poucos tricomas, glanduloso estipitada distalmente, tubo 0.8-1 mm, com poucas ou muitas glândulas curto-estipitadas, lobos c 0.2mm tomentosos, entumescidos; anteras com colar espessado, apêndice ovado, ápice arredondado a levemente subagudo, base arredondada; ramos do estilete filiformes ou levemente clavados no ápice, bem curtos projetados c. 1mm pra fora da corola, normalmente esbranquiçados, papilosos a mamilosos; cipselas 5-costadas, oblongas, c. 1.2-2.15 mm, com cerdas curtas nas costas; carpopódio grande, anelar, assimétrico; pápus normalmente de 5 escamas longo-subuladas, escabras, livres a ligeiramente fundidas na base, até 2 mm, com arestas apicais delgadas. 2n = 40 (RIVERA, 2020).CaracterísticaAgeratum conyzoides compartilha com A. houstonianum o tipo de capitulescência, formato das folhas e tipo de tricomas, podendo ser diferenciada de A. houstonianum por esta possuir flores com corola maior, ca. 3,0mm compr., lacínios com indumento mais denso e aristas do pápus com estreitamento gradual em direção ao ápice (SOUZA, 2007).Floração / frutificaçãoEncontrada com flores praticamente o ano todo.DispersãoHabitatDistribuição geográficaOcorrências confirmadas:Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)Domínios Fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, PantanalTipo de Vegetação Área Antrópica, Campo Rupestre, Cerrado (lato sensu), Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos (RIVERA, 2020).EtimologiaPropriedadesFitoquímicaFitoterapiaNo Brasil, Ageratum conyzoides é considerada planta com valor medicinal, sendo usada na forma de infusão com ação carminativa, febrífuga, diurética, antiflamatória, analgésica e cicatizante, fazendo parte do Programa de Aproveitamento de Plantas Medicinais Brasileiras da Central de Medicamentos (CEME). Também é benéfica no controle do ácaro vermelho que ataca plantações de cítricos (SOUZA, 2007).FitoeconomiaO óleo do mentrasto também protege grãos armazenados contra a ação de fungos. No Nordeste, é utilizada para aromatizar roupas brancas. Na Ásia o principal uso é como forragem para caprinos, muares e bovinos.InjúriaÉ também uma planta daninha infestante de lavouras, hortas e terrenos baldios, possui ampla distribuição, e uma única planta é capaz de produzir até 40 mil sementes.ComentáriosPropaga-se exclusivamente por sementes.BibliografiaBERETTA, M. E. et al. A Família Asteraceae no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 6, n. 3, p. 189-216. jul./set. 2008. Disponível em: <http://www6.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.php/rbb/article/viewFile/991/821>.CONTRO, F.L.; NAKAJIMA, J.N. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Asteraceae - Eupatorieae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, São Paulo, v. 35, p. 113-162, 2017. 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